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Falta Oxigênio em "24 Horas para Morrer"
Chama-se Oxygen no original, mas ficou sendo 24 Horas para Morrer, no Brasil. O oxigênio do título faz sentido. É a história de uma mulher enterrada viva por um seqüestrador que exige dinheiro do marido dela. O cara é descoberto e vai preso. Exige ser interrogado pela policial que o prendeu.
Ela é uma mulher em crise. Casada com seu superior na hierarquia da polícia, tem um lado sombrio que a leva a submeter-se às brutalidades de um amante sadomasoquista. O seqüestrador saca tudo, tenta fazer crer que são iguais.
Ser enterrado vivo é o pior de todos os pesadelos de qualquer pessoa de sã consciência. Foi explorado em fantasias de terrror, na literatura e no cinema. O diretor e roteirista Richard Shepard joga com isso para criar o mal-estar. O Silêncio dos Inocentes, Seven, Copycat - 24 Horas para Morrer faz a súmula de todos os serial killers que têm causado estragos nas telas.
Além de previsível, sofre de outro problema da produção massificada de Hollywood. Nada pode ser ambíguo, tudo tem de ser explicado e mastigado para digestão do espectador, como se pensar fosse ofensivo. Assim, quando a policial (Maura Tierney) mata, o diálogo seguinte tem de explicar que ela, desta maneira, consegue libertar-se de suas obsessões, o que qualquer espectador teria condições de perceber sem o reforço da palavra.(Luiz Carlos Merten/ Agência Estado)
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