|
Diário da Filmagem
08/07/99
- Quinta-feira
De manhã, filmamos duas cenas no hall da casa de Júlio e Márcia, um lugar meio pequeno (mesmo sendo cenário), o que nos fez usar poucas posições de câmara e investir bastante no desempenho dos atores. A ação básica é a seguinte: Júlio está esperando a visita de Anamaria, que acaba de trazê-lo em casa e foi comprar cigarros. Mas há um problema: Márcia, que Júlio imaginava ainda estar viajando, chegou de surpresa e está em casa. A campainha toca. Júlio fica nervosíssimo, vai abrir e... é Teodoro. Júlio aproveita para fazer uma cena de ciúme. Só que a campainha toca outra vez e...
Eram quatro atores: Maitê, Bomtempo, Diniz e Julinho (o entregador de pizza), espremidos num enquadramento limitado pelo cenário da porta da casa. Foi complicado colocar todos eles em posição e ensaiar. Quando conseguimos, até que a cena rolou rápido. A única dúvida era o lado da câmara para o qual os atores sairiam. Revisamos no vídeo-assist a cena feita na locação, há mais de uma semana, e tudo se resolveu. O vídeo-assist é a salvação da continuidade.
À tarde, inauguramos mais um cenário: o hotel modesto em que Teodoro fica quando vem a Porto Alegre. No filme, são três cenas, sempre envolvendo Márcia (Maitê Proença) e Teodoro (Nelson Diniz). Depois de quase duas horas esperando a luz (normal, por tratar-se de cenário novo) conseguimos fazer apenas uma delas (a primeira, na ordem do roteiro), em que Teodoro conta a primeira versão da morte de Orestes.
Com movimentação simples e apenas três posições de câmara, terminamos de filmar antes das sete. Não havia mais tempo para filmar uma cena inteira, de modo que preferimos ensaiar bem as outras duas e conferir a decupagem. E nossa sirene (cada vez mais poderosa, com mais gente gritando) soou. Fim de expediente.
Acompanhe o dia-a-dia
das filmagens de Tolerância e veja imagens exclusivas em
Atrás da Câmara.
CAPA
|