Diário da Filmagem

19/06/99 - Sábado

Dia de alguma ressaca (do trabalho intenso em Gramado) e um cronograma bem mais tranqüilo. Neste final de semana, temos como cenário o auditório da Faculdade de Direito da UFRGS, no centro de Porto Alegre, um prédio do final do século 19. O auditório, onde acontecem os julgamentos simulados pelos alunos, é muito melhor para filmar que o verdadeiro Tribunal do Júri de Porto Alegre, modernoso e com móveis sem graça. O Fiapo (diretor de arte) mexeu um pouco na disposição dos elementos existentes, acrescentou mais alguns e pronto: Teodoro é inocente ou culpado?

Hoje começamos à uma e meia da tarde, com a cena 2, que acontece na escadaria do tribunal (e que mostra, pela primeira vez no filme, os personagens de Maitê Proença e Nelson Diniz). O diálogo entre os dois é intenso e prepara uma cena ainda mais importante, sobre a qual não posso falar muita coisa agora. Fizemos um plano geral da escada, um plano médio com a aproximação de Teodoro e Márcia e alguns closes.

Pra terminar, rodamos uma cena da parte final do filme, em que Márcia, como advogada, está completamente alheia ao julgamento de que participa, porque está pensando em coisas mais importantes (pelo menos para ela). Esta foi a última cena que escrevi, já durante a decupagem, para preencher um "buraco" dramático na estrutura do roteiro. Acho que vai funcionar.

Paramos às seis e meia. Ensaiei com a Maitê a sua grande fala de amanhã (aliás, a maior do filme) e o Alex já começou a fazer a luz para a cena do julgamento. Amanhã vai ser um dia duro: setenta figurantes, muitas posições de câmara e a responsabilidade de fazer todos os planos previstos antes da viagem de volta da Maitê para o Rio, às oito e meia da noite. Vamos tentar.

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