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Começamos com os planos através das grades das gaiolas, com os macacos em primeiro plano e Juvenal (Werner Schünemann) espreitando Teodoro (Nelson Diniz) à distância. Foi mais fácil do que pensávamos, pois os macaquinhos estavam com fome e era só mostrar comida que eles iam para onde quiséssemos. Depois passamos para os planos de Nelson Diniz entrando no mini-zôo (com a clássica figuração de uma carrocinha de pipocas) e olhando para os macacos, também executados sem problema. Aí começaram os problemas, que atendem pela nome de efeitos especiais. O primeiro efeito (um revólver disparando) até que não foi muito complicado, mas passamos um bom tempo discutindo a quantidade de fumaça e o brilho causado pela espoleta. Como o plano era em câmara lenta (60 quadros por segundo), tínhamos medo que a imagem ficasse inverossímil. Foram oito tentativas, sendo quatro com a arma disparando no momento correto, até que eu, o Alex e o Fiapo ficamos satisfeitos. Para o segundo efeito, que era o impacto dos tiros, não tínhamos tantas possibilidades de repetição, porque a camisa do ator fica arrebentada pela pólvora e suja pelo sangue artificial. Foram duas tentativas. Na primeira, que, a olho nu, parecia ter ficado perfeita, o problema foram alguns pedaços de papel (fita crepe), que voaram junto com o sangue. Como o plano também era em câmara lenta, decidimos que somente o primeiro tiro tinha valido. Precisávamos de mais dois. Na segunda tentativa, o problema foi a fumaça que saiu do corpo do ator, inviabilizando a tomada. Nessa altura, quatro e meia da tarde, a luz já estava muito baixa para continuar filmando, de modo que decidimos parar tudo, dar um tempo para os especialistas em efeitos analisarem o que estava acontecendo e retomarmos o tiroteio no dia seguinte. Às cinco da tarde, eu estava na cama, com febre, atingido pelo mesmo vírus que já detonou quase metade da equipe. Esse aí não nega fogo. Acompanhe o dia-a-dia das filmagens de Tolerância e veja imagens exclusivas em Atrás da Câmara.
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