4 presos e asfixia: o que se sabe da morte do ativista Ferruge
Corpo de Adolfo Souza Duarte foi localizado no último dia 6, às margens da represa Billings no Grajaú, periferia do extremo sul de São Paulo
Divulgado nesta quarta-feira (24), o laudo de necropsia do corpo do ambientalista Adolfo Souza Duarte, 41, conhecido como Ferruge, apontou que ele morreu por asfixia mecânica, que pode ter sido causada por um aperto com as mãos ou por um mata-leão.
Duarte desapareceu no dia 1º de agosto, durante um passeio de barco com dois casais de jovens na represa Billings, no Grajaú, periferia do extremo sul de São Paulo. O corpo dele foi localizado pelo Corpo de Bombeiros no último dia 6, cinco dias após o seu sumiço.
Ainda na noite desta quarta, a Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de Vithorio Alax Silva Santos, 23, Mauricius da Silva, 23, Katielle Souza Santos, 28, e Mikaelly da Silva Souza Moreno, 19. A Polícia Civil apontou contradições nos depoimentos do quarteto e o laudo produzido pelo IML (Instituto Médico Legal).
Ao jornal Folha de S.Paulo, o advogado André Nino, que representa os quatro jovens, afirmou não haver base para as prisões e que os jovens estão cooperando para as investigações. O quarteto está preso no 101º DP (Jardim das Imbuias) e deve passar por audiência de custódia ainda nesta quinta-feira (25).
Ainda segundo o advogado, os quatro mantêm a versão de que Ferrugem caiu na represa após o barco em que estavam dar um solavanco. Os amigos conseguiram fazer um retorno com o volante do veículo e jogar uma boia para resgatá-los. Apenas Mikaely teria se segurado na boia, e Ferrugem não foi mais visto.
O barco, então, atracou na margem da represa. O quarteto desceu e pediu ajuda a frequentadores do bar, quando alguns deles começaram a agredir três dos amigos com socos e chutes, alegando que eles teriam matado a vítima desaparecida.
Antes das buscas oficiais, alguns colegas de Ferruge fizeram buscas pelo amigo, porém sem sucesso. Segundo a polícia, os quatro jovens não conheciam Ferrugem, nunca o tinham visto antes.
Ainda segundo a versão da polícia, o barco estava com a popa danificada. O rastreador mostra que ele foi ligado às 19h16 e desligado às 20h12, o que acabou causando estranhamento entre amigos e familiares de Ferruge.
Dias depois do início as buscas, o par de tênis da vítima foi encontrado às margens da represa. A embarcação envolvida no caso foi adquirida por um dos sócios da vítima. Segundo relatos da família e amigos, Ferruge é era um conhecedor da represa e sabia nadar.
Adolfo Duarte era presidente da ONG Meninos da Billings, focada na preservação da região da represa a partir do trabalho de educação ambiental do manancial. O ambientalista teria sido contratado por R$ 55 para fazer o passeio com os dois casais.