'Periferia' aparece 12 vezes em propostas de candidatos de SP
Haddad (PT) cita 8 vezes, Tarcísio (Republicanos), 2; já Rodrigo Garcia (PSDB) não menciona termo em plano de governo
Nas Eleições 2022 em São Paulo, Estado brasileiro com mais eleitores – 34,6 milhões, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) –, a periferia pouco é lembrada nas propostas dos candidatos ao governo. Entre os cinco principais postulantes e mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, o termo é apresentado apenas 12 vezes em seus planos de governo.
Temas como segurança pública, saúde, educação, emprego, empreendedorismo, economia e cultura são colocados como objetivos dos candidatos para atraírem os eleitores das periferias de São Paulo. São promessas registradas na Justiça Eleitoral, mas que não obrigam o gestor a efetivá-las caso eleito.
Segundo o TSE, o número de vezes em que o termo também aparece em uma proposta de gestão não necessariamente representa a quantidade de projetos para essa população. As propostas de governos servem como ferramenta de acompanhamento para os eleitores durante a campanha e de cobrança após a eleição.
O postulante pode apresentar propostas para a periferia, mas sem usar o termo abertamente. Elas funcionam como uma espécie de carta de intenções, que só entrará em vigor após ser aplicada ao Plano de Metas e a leis como o Plano Plurianual.
Dos principais candidatos à cadeira do Palácio dos Bandeirantes, o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) cita a periferia em 8 oportunidades em sua proposta de governo, com a promessa de investimento em cultura, redução da desigualdade e foco em educação e saúde para a população periférica.
"Queremos criar oportunidades e garantir um futuro digno para nossa juventude. Para isso, precisamos priorizar a diminuição da letalidade policial, que atinge sistematicamente a juventude negra das periferias", diz um dos trechos da proposta de Haddad.
Apadrinhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o candidato do partido Republicanos, Tarcísio de Freitas, foca em segurança pública e empreendedorismo ao citar a periferia em duas oportunidades em sua proposta de governo.
Em sua proposta, Tarcísio afirma que irá enfrentar de forma integrada as questões de desordem social, "devolvendo a paz e a tranquilidade noturna aos cidadãos das periferias, através da integração e operacionalização técnica das leis do silêncio, entre os órgãos estaduais e municipais. Impedir a formação das cracolândias".
Atual governador de São Paulo após seu antecessor, João Doria (PSDB), deixar o cargo para tentar concorrer à presidência da República, Rodrigo Garcia (PSDB) nem menciona o termo periferia em seu programa. O candidato tucano, no entanto, cita comunidades como Heliópolis e Paraisópolis entre programas de habitação, direitos humanos e meio ambiente na sua proposta de governo.
Candidato do Novo ao governo, o empresário Vinicius Poit reforça a importância do empreendedorismo, segurança pública, reurbanização e revalorização ao lembrar da periferia em uma oportunidade na sua proposta de gestão.
Ex-prefeito de Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, Elvis Cezar (PDT) fala de cultura e urbanização de favelas ao mencionar a periferia uma única vez em sua proposta de governo.
A pesquisa do Instituto Real Time Big Data encomendada pela Record TV e divulgada nesta segunda-feira (22), aponta que o petista Haddad segue à frente nas intenções de voto para o governo do Estado de São Paulo com 34%.
Em seguida, surgem empatados, Rodrigo Garcia e o ex-ministro Tarcísio de Freitas, com 20% cada. Vinícius Poit marcou 2%, e Elvis Cezar (PDT), 1%. Já os demais candidatos não pontuaram no levantamento. Essa pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número SP-00604/2022, e tem margem de erro de três pontos para mais ou para
O primeiro turno das Eleições 2022 acontecerá em 2 de outubro das 8h as 17h (horário de Brasília). Já o segundo turno está previsto para acontecer no dia 30 de outubro no mesmo horário.