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A importância de lutar pelo o fim dos testes em animais

Você sabia que substâncias químicas presentes em produtos de limpeza e higiene pessoal podem ter sido testadas em animais?

3 ago 2022 - 05h00
(atualizado às 17h33)
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Coelho recebendo substância química nos olhos
Coelho recebendo substância química nos olhos
Foto: CanvaPro

Acabar com os testes em animais não é tão simples quanto parece, mas não é por isso que devemos aceitar sem questionar. Há 100 anos, dezenas de atividades que hoje são vistas como naturais, eram proibidas ou legalizadas, como o voto feminino, trafegar sem cinto de segurança e fumar em lugares fechados, por exemplo.

Precisamos entender que a forma que aprendemos a lidar com os animais, tratando-os como objetos e explorando-os de várias maneiras e usando-os como cobaias, também é completamente antiética e injusta, e ainda hoje, infelizmente, é aceitável.

Da mesma maneira que algumas coisas antes eram aceitáveis e hoje são compreendidas como erradas e absurdas, o experimento animal também será.

A maioria dos produtos de limpeza e higiene que usamos contém substâncias testadas em peles, olhos ou órgãos de animais saudáveis, que são expostos a químicos e reagentes muitas vezes nocivos. Essa prática possibilita que o produto seja aprovado e chegue em segurança até nós, humanos.

Os animais mais utilizados em testes são os camundongos, porém, diversos outros como porquinhos-da-índia, macacos, cachorros e coelhos são utilizados como cobaias em laboratórios mundo afora.

Um exemplo de teste comum é o Teste Draize ou teste de irritação ocular, é geralmente realizado em coelhos. O teste consiste em imobilizar o animal e manter o olho dele aberto para realizar o procedimento e pingar as substâncias sem dificuldades. Esse procedimento causa dor, vermelhidão, inchaço, e pode causar hemorragia ocular e cegueira, como é possível ver nessa animação:

O Brasil, a China, os Estados Unidos e o Japão são os países que mais realizam testes no mundo. Por outro lado, países como Austrália, Índia, Nova Zelândia, Suíça, Turquia, entre outros, já proibiram há anos a realização desses testes.

Além disso, países pertencentes à União Europeia são proibidos de comercializar cosméticos testados em cobaias. Esses exemplos nos mostram que é possível produzir e comercializar produtos sem realizar experimentos invasivos e dolorosos. É muito importante que legislações contemplem outras espécies e que os testes sejam proibidos em todos os países.

Para além da proibição e da criação de leis, cabe a reflexão de como nós humanos estamos tratando os animais, se somos justos com eles e se realmente somos superiores e devemos utilizá-los da forma que desejarmos. Essa é a principal questão, pois os demais seres são sencientes e merecem ser respeitados.

Acreditamos não ter o direito de ferir um animal para benefício dos seres humanos. Ao nosso ver, isso é desleal, injusto e cruel, pois, fazemos isso com espécies inocentes, sensíveis e que tem um mundo complexo de emoções.

Se são tão parecidos conosco, deveriam ter os mesmos direitos, porém, não pertencem a nossa espécie, e por isso são descartáveis.

Recentemente conversamos com uma amiga que nunca ouviu falar em veganismo, vegetarianismo e nem imaginava ser necessário realizar esses testes antes de lançar um produto qualquer no mercado. 

Ela nos contou que teve contato com o vídeo do coelho Ralph nas redes sociais e chorou muito, depois foi pesquisar os procedimentos padrões dos laboratórios e ficou impressionada com a forma em que nós os tratamos para lançar uma cor nova de esmalte ou um cheiro diferente de desinfetante. Começou a pesquisar o selo de ''Não testado em animais'' nas embalagens, e decidiu não utilizar mais produtos testados desde então.

O acesso à informação e a consciência de que outras espécies também devem ser respeitadas é a principal saída para o fim dos testes.

É crucial se opor a essas práticas, protestar com o intuito de informar e expor a crueldade animal, boicotar marcas que não se comprometem em abolir os testes e apostar na tecnologia e na ciência para que alternativas de testes sem animais se tornem viáveis.

Hoje em dia temos muitas marcas acessíveis que já não realizam esses testes, existem empresas que carregam essa preocupação e são realmente responsáveis, cabe a nós pesquisarmos e procurar essas opções nos mercadinhos. Além disso, é possível fazer diversos cosméticos em casa (tiver tempo, condições e disposição) como shampoo, sabonete, desodorante, sabão em pé e até sabão para lavar louça.

Se liga:

Lembrem-se que cientistas que participam dos experimentos não são sádicos e psicopatas que usam os bichos por prazer ou diversão. Tudo o que acontece nas universidades e laboratórios faz parte de uma história muito antiga e não começou do nada, a sua mudança é possível, porém requer evoluções gradativas.

Precisamos separar testes realizados para a comercialização de cosméticos e produtos de limpeza e higiene, de experimentos científicos para a produção de medicamentos e vacinas. 

Embora saibamos da necessidade da abolição completa dos testes, o assunto se torna mais complicado e complexo quando falamos de medicamentos e vacinas. Os testes mais simples, para cosméticos, por exemplo, já são até proibidos em outros países e é possível notar grandes progressos. Contudo, na área da saúde ainda é um dilema, isso ocorre por conta da dificuldade da produção de medicamentos e vacinas sem a utilização de animais. Portanto, enquanto não temos a possibilidade de abolir os testes no meio científico para medicamentos e vacinas, não é incoerente se medicar e vacinar, pois o veganismo é exercido dentro da medida do possível e do praticável.

Alguns sites confiáveis para se informar: 

Arivegan: http://arivegan.com/ 

PEA: http://www.pea.org.br/empresas.htm

Vegano Periférico Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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