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Ser vegano é simples, barato e muito gratificante

A simplicidade do veganismo é o que torna esse movimento magnífico.

30 mai 2023 - 05h00
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Arroz, feijão preto, tabule e banana nanica
Arroz, feijão preto, tabule e banana nanica
Foto: Foto: Reprodução/Vegano Periférico

Longe do mundo das celebridades, dos influenciadores digitais e do veganismo gourmet, estão os veganos periféricos, as veganas de quebrada, o veganismo simples, popular e acessível. Esse ‘’veganismo’’ de blogueiro é um nicho muito específico, que hoje em dia já está em decadência.

Essa história de que para ser vegano você vai precisar comer castanha e nozes todos os dias, comprar roupas específicas veganas, frequentar lugares caros e chiques, é só conversa. Existe uma rapaziada que é rica e vegana, que gosta de exclusividade, mas isso é reflexo da vida deles. Cada um vive dentro da sua realidade. Porém, a maioria dos ricos e pessoas da elite financeira não são veganas, e nem por isso utilizamos esse argumento.

Na periferia o veganismo funciona de outra maneira, é baseado em comida de verdade, como arroz, feijão, muito legumes e vegetais de todos os tipos, produtos não testados em animais de marcas consolidadas no mercado (preço mais em conta), roupas normais de algodão, não tem nada específico. Não tem esse glamour todo. 

Em todo mercadinho de bairro você vai encontrar desodorante não testado em animais, sabonete, xampu, pasta de dente. E muitas vezes mais barato que os produtos de grandes marcas que não são veganos.

Eu sempre escutei que ser vegano é caro, ser vegano é inacessível, que é complicado, um verdadeiro bicho de sete cabeças. Mas na realidade, quando eu me tornei vegano na quebrada tudo melhorou, mesmo trabalhando em dois empregos, morando em uma casa pequena, tendo que cozinhar minha própria comida. Ficou mais fácil e mais barato.

Quando você deixa o açougue de lado e deixa de comprar ultraprocessados e embutidos, você passa a economizar muito. A feira, a horta comunitária, tudo isso é simples, acessível e barato. Se estivermos na causa pelos animais e por algo muito maior, e não por status ou por alguma influência que não seja genuína, tudo vai ser muito simples e gratificante.

O veganismo não é apenas sobre ''nós'', nem sobre nossos gostos e facilidades. Embora seja importante dizer que ele traz muitos benefícios para os seres humanos e para o ambiente em que vivemos. Temos a tendência de tentar fazer tudo voltado para as vontades humanas, ignorando completante toda a vida existente neste planeta.

Se tornar vegano é uma forma de enxergar os animais com respeito, com dignidade e colocar em prática a justiça pelos animais. E isso é muito gratificante, pois é um sentimento positivo, de estar fazendo alguma coisa boa, uma ação verdadeiramente significativa. Esse mundo é tão caótico, cheio de atrocidades, e a gente decide ir à contramão, ter ações que dialoguem com a paz, com o respeito e com o amor. 

Essa causa incrível, que é o veganismo, vai ser simples, barata, possível e gratificante na medida em que você toma consciência e entende a importância desse movimento. É fundamental olhar de maneira ampla, sem preconceitos e entender de fato quais as motivações e quais as maneiras de se colocar o veganismo em prática, seja onde for.

Vegano Periférico Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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