Veganos e a deficiência de proteína: mito ou verdade?
Entendam porque é um grande equívoco acreditar que as proteínas são exclusividade de produtos de origem animal.
Por conta da desinformação é possível notar uma preocupação desmedida em relação ao consumo de proteínas, sobretudo no vegetarianismo. Além disso, existe uma associação cultural e estrutural de que só encontramos proteínas numa alimentação baseada em animais, o que já caiu por terra há anos. Dentro desse contexto, é fácil entender porque as pessoas nos perguntam com tanta frequência: ''e as proteínas?''
Não é raro escutarmos as pessoas chamarem os pedaços de animais de ''proteína'', dando a entender que são as únicas fontes dessas substâncias. Associar o consumo de animais ao consumo de proteína pode ser até uma forma de validar o consumo, a exploração animal e tudo que envolve essa atividade (agropecuária/agronegócio). É um grande mito que precisamos consumir animais para obter proteínas.
As carnes, leite, ovos e derivados contém quantidades elevadas de proteína, isso é fato, porém não são as únicas fontes ou as mais importantes.
No começo do vegetarianismo, a gente tinha um medo tremendo de ficar com anemia, ‘’desproteinado’’ ou coisa do tipo, todo mundo falava de proteína, que veganos têm deficiência, que proteína só se encontra em carnes, leite e ovos… e isso fez com que a gente começasse a estudar artigos, periódicos e ir a fundo para entender esse assunto e, também, passamos a fazer exames com frequência.
Com base em estudos rigorosos e na nossa experiência pessoal, podemos afirmar que é tranquilo ter uma alimentação vegana acessível, rica em proteína e super saudável.
Nossos exames sempre estiveram ótimos, já estamos indo para 7 anos de veganismo e até hoje não sentimos absolutamente nada, muito pelo contrário, nossa disposição aumentou, nossa imunidade melhorou, nosso rendimento em esporte também. Mas é necessário buscar uma alimentação balanceada, pois também é possível ser vegano e não se alimentar direito, e acarretar em deficiência nutricional, assim como em qualquer alimentação.
Proteína não é exclusividade de tecidos, músculos, ossos, tendões, gorduras ou secreções de animais (leite). As proteínas vegetais podem ser iguais ou melhores que as de origem animal, e sem nenhuma dificuldade, é possível consumir quantidades suficientes em uma alimentação vegana (sem nada de origem animal), sem ter que comprar alimentos exóticos (como quinoa e macadâmia).
O arroz e o feijão tão famoso no prato do brasileiro é um dos pratos mais completos em relação à proteína, é uma combinação simples que fornece uma quantidade enorme não só de proteínas, como todos os aminoácidos necessários para o bom funcionamento do nosso organismo, além de oferecer uma ótima quantidade de ferro.
Em termos nutricionais, segundo as recomendações da RDA (Recommended Dietary Allowance), o consumo de proteína por dia está na casa de 0,8g/Kg, isso significa 12 a 15% das nossas necessidades calóricas diárias. Em uma dieta que necessita de 2 mil calorias por dia, essa porcentagem representa cerca de 240-300 Kcal.
E com alimentos vegetais podemos suprir isso tranquilamente, principalmente com a classe de feijões, mas também com diversos outros alimentos do reino vegetal.
Esse medo que a maioria tem de ficar com deficiência de proteínas é devido a uma crença popular associada a falta de informação. Mas seguindo as recomendações nutricionais, consumindo as calorias diárias de forma correta, não tem nenhum problema. Aliás, a população, de modo geral, consome excesso de proteína. Portanto, podemos deixar os animais livres e buscar alternativas vegetais para a nossa alimentação sem grandes preocupações.
Ao fazer qualquer mudança alimentar é bom consultar um especialista, fazer exames de rotina e buscar ao máximo ter uma alimentação balanceada, colorida, diversificada e caprichada no arroz, feijão e folhas verdes escuras.
Pega a visão:
A preocupação das pessoas com a alimentação vegetariana é um equívoco, pois isso é apenas um mito, e na alimentação sem nada de origem animal as proteínas são totalmente viáveis. Teríamos que estar preocupados e chocados que mais de 120 milhões de brasileiros não atingem a quantidade necessária de proteína, mais de 33 milhões não conseguem comer, estão em situação de fome.
Essas pessoas além de não terem acesso a alimentos ricos em proteínas, como a classe de feijões, ou qualquer alimento rico em proteína, elas não têm acesso a nenhuma outra vitamina, como ferro, cálcio, complexo B, nem mesmo aos carboidratos.
Precisamos sempre pontuar que a falta de proteína e outras vitaminas é preocupação nesse cenário atual de fome e insegurança alimentar que o Brasil está atravessando.
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