Quinta, 05 de agosto de 2004, 20h12
Macaco ruivo vive nas árvores e grita muito

Texto de Mara Cristina Marques
Bióloga do setor de mamíferos

Divulgação / Zôo SP Bugio do Zôo de São Paulo

Bugio, Guariba, Macaco Ruivo, Gritador Barbado... Estes são apenas alguns nomes pelo qual o gênero Alouatta é chamado, dependendo da região onde é encontrado.

O mais conhecido é Bugio, animal de corpo maciço, pesando cerca de 7 quilos. Da cabeça ao corpo atinge entre 440 e 570 mm. Possui cauda de 510 a 610 mm.

Sua face é desnuda e exibe uma barba vasta. Por esta característica é conhecido como Macaco Barbado.

Este gênero possui oito espécies que se distribuem desde o México até a Argentina.

A espécie que ocorre na Mata Atlântica, da Bahia ao Rio Grande do Sul, é a Alouatta Fusca, onde os machos possuem uma coloração marrom-avermelhada na parte superior, nas costas um marrom dourado e a barba pode ser vermelha ou negra. As fêmeas normalmente são mais pálidas e sua coloração vai de um marrom escuro ao amarelo claro.

Eles vivem em florestas úmidas, de 10 a 20 m de altura, podendo também ser encontrados no cerrado e na caatinga.

São animais diurnos e chegam a formar grupos de até 15 indivíduos. Alimentam-se de folhas (60%) e frutos. Uma das características mais marcantes é a vocalização, produzida por um osso (hióde) situado na base da língua que se transforma em uma caixa de ressonância (como se fosse um tambor) e por onde emite um som muito alto que pode ser ouvido de até cinco quilômetros de distância.

O período de gestação da fêmea varia entre 185 a 195 dias. O filhote nasce com 130g. A fêmea carrega o filhote até o desmame, que ocorre por volta de 20 meses. Depois deste período, o filhote começa a acompanhar o grupo em suas viagens à procura de alimento.

Algumas destas espécies estão ameaçadas de extinção, devido a devastação do meio ambiente, principalmente da Mata Atlântica, e pela caça, pois em algumas regiões, há crenças de que o uso de seu osso hióde como recipiente pode curar algumas enfermidades.

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