Rússia encerra processo contra Harry Potter por "satanismo"
Terça, 31 de dezembro de 2002
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Segundo livro da série é acusado de divulgar a bruxaria
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A Procuradoria de Moscou deu por encerrada nesta terça uma ação contra a editora responsável pela publicação dos livros de Harry Potter na Rússia, rejeitando a acusação ao menino mago de propaganda do "satanismo, da bruxaria e do ocultismo".
Depois de realizar uma investigação, a Procuradoria da capital declarou que "não foi encontrada base para iniciar um processo segundo o artigo 282 do Código Penal", que pune com até cinco anos de prisão aqueles que incitam o ódio religioso, étnico ou racial.
Segundo a acusação, o livro Harry Potter e a Câmara Secreta, o segundo da série, "fere os sentimentos religiosos", "prega a bruxaria" e "ataca a moral ortodoxa", em alusão à Igreja russa ortodoxa.
Incapazes de processar a autora do livro, a escritora britânica J.K. Rowling, os promotores russos investiram contra a editora Rosman, que traduziu para o russo e publicou os quatro livros que formam a série.
Nesse ambiente de tensa espera por um processo "Moscou contra Harry Potter", o segundo filme da saga estreou na quinta-feira passada em 42 cinemas da capital russa com o mesmo êxito que acompanhou os livros e o primeiro filme.
O escândalo, com denúncias de censura, parece ter obrigado um recuo da Procuradoria, que se propunha a criar uma comissão integrada por escritores, professores e o clero ortodoxo para uma minuciosa avaliação das aventuras de Harry Potter.
Redação Terra
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