Lula e Harry Potter entram em dicionário francês

Domingo, 31 de agosto de 2003

O bruxinho que vende milhões de livros virou verbete em dicionário francês

O famoso mago infantil Harry Potter e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva entraram na edição de 2004 do dicionário francês Le Petit Larousse, que chega ao mercado nesta segunda-feira.

Em sua galeria de novos personagens públicos, o prestigiado dicionário inclui também como novidade o primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, e os presidentes afegão, Hamid Karzai, e chinês, Hu Jintao.

Le Petit Larousse inclui por último o personagem de ficção Harry Potter, enquanto sua prolífica criadora, a escritora britânica Joanne K. Rowling, terá que esperar outra ocasião para figurar no dicionário.

Os cineastas belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, desconhecidos pela maioria do público, mas coroados com a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1999, também estréiam na nova edição, da mesma forma que os atores Michel Deville, Daniel Auteuil e Meryl Streep.

Quanto aos novos termos, o dicionário apresenta "telerrealidade", os adjetivos "co-parental" e "homo-parental", a "desinstalação" de um programa de computador, a "customização" de um carro ou "spa" por balneário.

A primeira edição do Petit Larousse ilustrado foi lançada em 1905, 30 anos depois da morte do fundador da editora.

Hoje, Larousse é um grande grupo internacional, sinônimo da especificidade cultural francesa.

Em sua edição de 2003, Le Petit Larousse abarcava as evoluções e as inquietações da sociedade, com a entrada de "bioterrorismo", "antiglobalização", "biovigilância", "clonagem terapêutica" e "co-paternidade", assim como os nomes de Barbara Hendricks, Henri Salvador, Lars Von Trier e Takeshi Kitano, entre outros.

Desde seu nascimento, o Larousse é um negócio mais que rentável, com um faturamento em 2001 de 150 milhões de euros (quase US$ 165 milhões), 55% provenientes dos dicionários e 45% dos livros ilustrados.

Mas o grande tesouro da editora é Le Petit Larousse, uma "fórmula milagrosa", em palavras de sua direção.

EFE

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