Harry deve faturar alto nas bilheterias dos cinemas
Quinta-feira, 1º de novembro de 2001
Faltam menos de duas semanas para entrar em cartaz o filme que deve virar o novo recordista de faturamento na história de Hollywood. É assim que a terra do cinema tem lidado com a produção de estréia da franquia Harry Potter, que tem tudo para ultrapassar a bilheteria mundial de US$ 1,8 bilhão de Titanic (1997). O truque não é fácil, mas o pequeno mágico britânico é o único que tem o poder de fazê-lo. Os quatro livros que foram lançados até agora pela autora J.K. Rowling já foram traduzidos para 47 línguas e tiveram mais de 116 milhões de cópias vendidas desde 1997.
Com o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal, os números também já são impressionantes. A fita, que tem sua pré-estréia mundial neste domingo em Londres, vai estrear no dia 16 na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Uma semana depois é a vez do Brasil. O lançamento é quase simultâneo em nada menos do que 130 países, com versões em 40 línguas diferentes. Uma curiosidade: na Inglaterra, o filme tem o título de Harry Potter and the Philosopher’s Stone (nome do livro original), enquanto na América a fita vai ser chamada de Harry Potter and the Sorcerer’s Stone. Exatemente a mesma coisa, mas em "americanês".
Nos Estados Unidos, o filme deve estrear em até 4 mil cinemas – o recorde atual é de Missão Impossível 2, que chegou ao mesmo tempo às telas de 3.653 salas de cinema em maio de 2000. Previsões preliminares de especialistas da indústria do cinema apontam para um arrecadação de US$ 250 milhões apenas no mercado americano. No mercado internacional, o faturamento deve ser ainda maior, já que os livros infantis são best-sellers mundiais.
O estúdio Warner Bros., que bancou US$ 125 milhões para rodar o filme (a maior parte em efeitos especiais), pode chegar a faturar até US$ 1 bilhão em arrecadação de bilheterias, vendas de VHS e DVDs, direitos de transmissão pela TV. Sem falar em merchandising em geral (centenas de produtos, lançados por 90 empresas), videogames, CDs, atrações de parques temáticos. E estes são apenas os valores do primeiro filme. Experts ponderam que estas previsões podem até ser modestas. O fenômeno pop Harry Potter tem potencial para ganhar muito dinheiro. Basta o filme ser bom, por exemplo.
O filme foi mostrado recentemente para audiências de teste dos dois lados do Atlântico e teria feito muito sucesso, segundo a Warner Bros. Tanto que o estúdio e o diretor resolveram manter a duração original da fita, de 2 horas e 33 minutos (para um filme infantil, talvez seja longo demais). "Quem leu o livro ficou deslubrado com a fita; quem não leu ficou com vontade de ir comprá-lo logo", disse o diretor. O filme deve mesmo fazer com que a série de livros ganhe novos fãs. Espera-se que milhões de cópias sejam vendidas nas semanas seguintes ao lançamento da fita. A expectativa em torno da nova onda do fenômeno Harry Potter é tão grande que muita gente acha que apenas sua mágica pode salvar este Natal do comércio de uma provável crise econômica generalizada.
Harry Potter e a Pedra Filosofal é estrelado pelo novato Daniel Radcliffe. No elenco, também estão os atores mirins Rupert Grint e Emma Watson, além dos veteranos Maggie Smith, Robbie Coltrane, Richard Harris, John Cleese, Julie Walters e Alan Rickman, entre outros. Harry Potter e a Câmara Secreta começa a ser rodado à toque de caixa em 18 de novembro (e tem previsão de estréia para novembro de 2002). O diretor Chris Columbus quer que os atores mirins da franquia crescem ao mesmo tempo que seus personagens.
O estúdio, por sua vez, pretende manter o hype. O VHS/DVD do filme, por exemplo, deve chegar às lojas em 2002 ao mesmo tempo em que o quinto livro da série vai ser lançado nas livrarias. A Warner Bros. já comprou (pela pechincha de US$ 2,5 milhões) os direitos para o cinema dos quatro livros iniciais da série e tem a preferência para pegar os próximos três que a autora pretende escrever. O roteirista Steve Kloves começou a fazer o roteiro do terceiro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, que deve ser lançado entre novembro de 2003 e o primeiro trimestre de 2004.
Harry Potter e a Pedra Filosofal é também o grande projeto inicial da era dos megaconglomerados de mídia (nova e velha). O estúdio Warner Bros. faz parte do grupo Time Warner, que foi comprado recentemente pela AOL. Várias unidades do conglomerado vão tentar tirar proveito do produto. Do portal de internet (com seus 31 milhões de usuários no mundo) às revistas Time, Fortune, People e Entertainment Weekly (entre muitas outras), sem esquecer os canais de TV a cabo CNN, HBO e o grupo Turner Broadcasting System (que inclui, por exemplo, a TNT e a Cartoon Network).
Fonte: Ricardo Bairos/Planet Pop
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