Magia de HP e a Pedra Filosofal conquista jornalistas no Brasil
Segunda-feira, 19 de novembro de 2001
"Febre mundial" já virou uma designação clichê para explicar (com o perdão de outro lugar-comum) o fenômeno Harry Potter. A série de livros da autora britânica J.K. Rowling já foi lida por mais de meio mundo. Criou uma legião de "pottermaníacos" entre crianças, jovens e marmanjos. Mesmo quem ainda reluta em conferir a saga do jovem bruxinho já está cansado de ouvir sobre suas peripécias nas páginas dos livros e nos caixas das livrarias. Pode-se imaginar, portanto, a expectativa gerada em torno de Harry Potter e a Pedra Filosofal, versão cinematográfica do primeiro volume da série que estréia mundialmente em 16 de novembro (quando o elenco volta a se reunir para gravar a continuação) e chega ao Brasil dia 23.
Há mais de um ano o filme vem sendo anunciado. Em março, fãs lotaram os cinemas britânicos para conferir apenas o trailer de A Pedra Filosofal. A recusa de Steven Spielberg (que estava ocupado com A.I.) e sua substituição por Chris Columbus (de Esqueceram de Mim) na direção do longa também gerou discussões calorosas. O risco de uma enorme decepção, porém, é eliminado logo nos primeiros minutos do filme. Com ótimas atuações e fidelidade à trama original, Harry Potter corresponde a quase tudo que os fãs esperavam. Os 153 minutos de duração realmente são, ipsis literis ao que disseram os críticos britânicos, "pura magia".
Harry (Daniel Radcliffe) é um garoto órfão que mora no armário embaixo da escada da casa de tios maldosos. Ao completar 11 anos, ele descobre ser um bruxo e que foi aceito na tradicional Escola de Magia de Hogwarts. Lá, Harry conhece seus dois melhores amigos; Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint), além de seu talento para o quadribol, principal esporte dos mundo mágico. É em Hogwarts também que Harry fica sabendo a identidade do assassino de seus pais - por tabela, seu principal inimigo.
O diretor norte-americano procurou cumprir todas as exigências de J.K. Rowling. A começar pela seleção do elenco, composto unicamente por atores britânicos. A estratégia foi escalar artistas queridos do público. Robbie Coltrane, primeiro ator confirmado no elenco, soube dosar a rusticidade e a doçura marcantes do gigante Hagrid. Já Maggie Smith, uma das atrizes mais conhecidas da Inglaterra, interpreta bem a severidade da professora Minerva McGonagall.
O grande destaque, porém, vai para as crianças. Daniel Radcliffe emprestou meiguice ao personagem que, nos livros, parece ser muito mais traquinas. Apesar disso, ele é a "cara" de Harry, segundo a própria autora: "quando vi Daniel pela primeira vez, parecia que havia encontrado um filho que não via há anos", disse Rowling durante a divulgação do filme. Emma Watson e Rupert Grint também mostram muito talento, principalmente nas tiradas de humor tipicamente britânico.
Outra exigência de Rowling era de que a trama não fosse alterada. A história sofreu, porém, alguns ajustes para ser resumida em duas horas e meia. Os fãs mais exigentes, por exemplo, irão reclamar que a forma como Harry e Draco Malfoy (seu principal desafeto em Hogwarts, interpretado por Tom Felton) se conhecem é diferente da descrita no livro. Nada, porém, afeta sua essência que, transportada para as telas, manteve-se com ares de conto de fadas, sem apelar para pieguice ou para o suspense infantil.
Quem leu Harry Potter vai se deleitar com detalhes, imagens e feições de persongens até então imaginários. Cenas como da partida de quadribol e do jogo de xadrez humano são admiráveis. Já para o leigo (ou "trouxa", nome que, na história, significa "não bruxo"), há a grande vantagem de não saber o que irá acontecer na cena seguinte - e muito menos no final. Sim, Harry Potter e a Pedra Filosofal não deixa de ser mais um lançamento infantil, que chega aos cinemas nas férias escolares para arrebatar bilheterias. Impossível, porém, não imaginá-lo daqui dez anos, preenchendo deliciosamente uma sessão da tarde na TV.
Fonte: Andréia Fernandes / Redação Terra
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