Harry Potter precisou até de encontros diplomáticos para chegar às telas
Quinta-feira, 22 de novembro de 2001
O produtor David Heyman, responsável por levar as histórias escritar por J.K. Rowling para as telas procurou a autora em 1998, com a publicação do segundo livro, Harry Potter e a Câmara Secreta. O pequeno bruxo já era um fenômeno literário na Inglaterra e começava a cativar as crianças norte-americanas.
Heyman levou a idéia à Warner e se esforçou para convencer a escritora a vender sua criação. Tarefa nada fácil, pois Rowling cuidava de seus personagens com o mesmo zelo que uma mãe dispensa aos filhos.
Inicialmente, ela recusou, mas numa segunda tentativa acabou concordando com a adaptação de sua obra para o cinema, desde que a fidelidade ao livro fosse total.
Em 1999, o roteirista Steve Kloves recebeu um pacote contendo descrições de livros que a Warner tinha intenção de filmar. "Eu quase nunca leio esse tipo de material, mas naquele pacote havia alguma coisa chamada Harry Potter e a Pedra Filosofal", afirmou o roteirista. Kloves adorou a idéia e se reuniu com Heyman para participar do projeto.
A produção de Harry Potter passou a ser um segredo de estado e as negociações envolvendo os produtores britânicos e norte-americanos tiveram todos os componentes de um assunto diplomático.
Era indispensável para os ingleses que o filme fosse rodado no país, com atores nativos. "Harry Potter é excentricamente parecido conosco, é culturalmente britânico", justificou Steve Norris, executivo do British Film Comission em entrevista à revista Entertainment Weekly.
"A idéia de que o filme pudesse ser feito em outro país nos causava arrepios na espinha. É como se O Apanhador no Campo de Centeio (clássico americano do escritor J.D. Salinger) fosse filmado em Liverpool, comparou.
Por Luiz Vita, do Cineweb, especial para a Reuters
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