Uma das mais interessantes história da culinária se passa na França época do Rei Luis XIV. Vatel, o mordomo do castelo de Chantilly, às vesperas da chegada do rei, se preocupou com todos os detalhes para o banquete real que se realizaria no dia seguinte; vistoriou as cozinhas, certificou-se da qualidade das aves, caça, legumes e frutas.
Porém, antes de ir se deitar, lembrou-se de que havia esquecido de comprar os peixes para a festança. Desesperado, passou a noite em claro à espera da chegada do fornecedor de pescados que diáriamente passava pelo castelo.
Logo cedo foi ao portão principal e aguardou. Como o peixeiro era pontual, Vatel estava tranquilo, porém passaram-se 30 minutos do horário de sempre e nada do fornecedor. Uma hora, nada, duas horas, nada. Vatel desesperado corre para seus aposentos, fecha a porta, encosta uma espada na porta com a lâmina virada para sua barriga e atira-se sobre a espada.
Poucos minutos após o mordomo se suicidar, bate à porta de seu quarto o guarda encarregado do portão para avisar da chegada do peixeiro. Tarde demais, encontrou Vatel já sem vida.
Essa história mostra a honra dos cozinheiros e mordomos de tempos antigos, quando a perfeição era o orgulho dos profissionais. Deve-se, talvez, a Vatel a invenção do creme Chantilly.
