Com a chegada da semana que antecede o Natal, cozinheiros e cozinheiras de plantão se organizam para o preparo da tradicional ceia em comemoração ao nascimento do Menino Jesus e, como manda a tradição, serão assados perus, tenders e outras iguarias. É o espírito do Natal contagiando a cozinha.
Curiosamente os produtos da nossa ceia de Natal têm tradição de outros países. O peru por exemplo, vem da cultura norte-americana, acho que inspirado na ceia do dia de Ação de Graças (thanksgiving). O tender assado com melado é uma receita americana clássica que já era preparado por Martha Washington, mulher de George, o finado presidente.
O panetone e os tortelini foram trazidos da Itália. A Salada Waldorf (nozes e maçãs) criada por Auguste Escoffier, o Mont Blanc (doce de castanhas) vem da França. As cerejas são importadas, assim como as nozes, damascos, avelãs e amêndoas. Concluo que nossas tradições de Natal foram trazidas com os imigrantes, e salvo em algumas comunidades, a ceia de Natal tem realmente um sotaque estrangeiro.
Proponho que em cada mesa neste Natal seja incluída uma receita bem brasileira: bobó de camarões, cuzcus paulista, quindim, e outras tantas, que nós, brasileiros, sabemos preparar com tanta maestria. Isso proporcionaria a nossos filhos e netos no futuro uma maior identidade com o Brasil e uma maior valorização às nossas tradições.