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Wilson Simoninha corre o risco de virar pop star
Músico se disse surpreso com a boa aceitação de seu CD
Foto: Rogério Lorenzoni

Quinta, 11 de maio de 2000, 22h18min
Existe uma coisa chamada "hit", a moeda corrente no mercado da música. Todo compositor, intérprete, produtor e gravadora está atrás dessa misteriosa fórmula – que todos dizem não existir. Wilson Simoninha fez um álbum repleto das tais moedinhas. Tem suingue, tem melodia, canta bem, produz com a mão de quem já passeou por jingles, trilhas para cinema e organizações de eventos como o Free Jazz. Como errar o alvo? Arredondou seu Volume 2 (Trama) com o que talvez seja o segredo do sucesso: botou sinceridade e despojamento no álbum.

"Não pensei em fazer hits. Por experiência, não dá para misturar as coisas. Tem de fazer o que acredita mesmo. Sei que tem aquela coisa de música ter de ter refrão, repetir tantas vezes. Às vezes até esbarramos nisso. Mas não para ajeitar a música para ser um hit e sim para que ela fique mais agradável", acredita Simoninha, de óculos amarelos, bem "dance 2000". Difícil não mencionar a árvore familiar ao falar do cantor. Simoninha é filho de Wilson Simonal, cuja carreira entre as décadas de 60 e 70 ofereceram interpretações marcantes de Garota Moderna e País Tropical – a última de Jorge Ben Jor.

O autor de W Brasil também teve grande influência no trabalho de Simonal filho, tanto que regravou uma irretocável versão de Bebete. "Ele é uma influência musical e afetiva muito forte. Canto há muito tempo Bebete e era a música de encerramento dos Artistas Reunidos. Tem a ver com lembranças da juventude", explica o cantor. Se Ed Motta com seu Manual Prático para Festas, Bailes e Afins Vol. 1 (ufa, definitivamente o título mais longo dos últimos anos) voltou com um pop dance festivo em 1997 e emplacou nas paradas, Simoninha tem essa mesma chance.

"Quero que as músicas toquem nas rádios"

"Não tenho pretensões a popstar. Claro que quero que as pessoas gostem, que o CD toque nas rádios, mas não tenho aquela coisa de 'vender um milhão de cópias'", explica. "Já tenho uma carreira ligada à música, vivo e trabalho com isso – só sei fazer isso. Quero fazer bastante show, ou seja, o que todo artista quer. O que pretendo é estar desenvolvendo uma carreira bacana", conclui Simoninha. O trabalho é calcado na soul music, com citações a Earth, Wind & Fire, Quincy Jones e melodias abrasileiradas. "O primeiro disco que ganhei foi Diana Ross Presents Jackson 5. Pelo ambiente musical, também escutei muita música brasileira. Tem coisas que me emocionam muito. Steve Wonder, por exemplo, é um gênio. Em 100 anos vamos olhar para ele como olhamos para um músico clássico", diz.

Não, ele não começou ontem. Foi o Cebolinha por trás da máscara no disco Turma da Mônica, fez parceria com o músico João Marcello Bôscoli (com quem produziu um programa musical e atuou no Suite Combo), co-produziu shows de Jorge Bem Jor, participou de discos do pai, de Sadao Watanabe, teve música incluída na trilha da Malhação, e dirigiu a trilha do filme Por trás do Pano. O provável sucesso talvez venha desse background: "Está sendo uma surpresa agradável ver pessoas que respeito na imprensa elogiarem e gostarem muito do meu disco. É um trabalho extremamente verdadeiro, movido pela emoção artística, pensado, conceituado. Se fosse fazer algo pensando no marketing, não daria certo. Tem de fazer o que você acredita", ressalta Simoninha.

Respeito ao direito autoral

O trabalho de Simoninha também está conectado com tecnologia. Seu álbum é repleto de mixagens com usos de samplers, intrumentos acústicos em looping, timbres eletrônicos modernos – mas o que prepondera é o suingue e boas canções. "Minha geração nasceu dentro da tecnologia. Usar o computador, um gravador como sequencer, abriu um caminho musical muito importante para novas idéias. Só que tudo que é legal, corre o risco de excessos", explica o intérprete de É isso que Dá, música de trabalho do álbum. "Eu mesmo cometi alguns excessos e devo cometer outros, mas é preciso saber usar a tecnologia como ferramenta. Tenho estúdio, adoro tecnologia, porém fazemos discos despidos de tudo isso, com 'gente' tocando. Não podemos ser escravos das ferramentas", conclui citando o trabalho como diretor artístico da gravadora Trama.


Como tecnologia é a bola da vez, o músico fala da assustadora onda de MP3 pela internet. "A internet é uma ferramente espetacular, maravilhosa, que está revolucionando o mundo. Mas a velocidade não pode ser usada em detrimento da qualidade. Tudo isso é para nos ajudar a viver melhor. Já quanto ao MP3, tem duas questões aí. Para divulgação, para quebrar essa coisa de ter de tocar na rádio para ficar conhecido, é fundamental. O outro lado, que é um problema, diz respeito ao direito autoral, que é algo muito sério e desrespeitado no Brasil. A comunidade artística tem de ficar ligada nisso. Temos de respeitar o direito intelectual cada vez mais".

Simoninha lembra um caso que exemplifica isso: "Na adolescência, meu pai me apresentou um sujeito em uma boate como sendo o autor de uma das músicas mais gravadas do mundo, em vários idiomas. Meu pai disse: 'Ele é autor de Tristeza' (n.e.: a música é de Lobo e Niltinho). E o cara estava em um 'perrengue' danado, sem um tostão, com todo mundo dando uma graninha para ele. Isso me marcou muito. O cara faz uma obra, mesmo que seja uma música, e o cara tem de viver desse jeito?", lembra o cantor.

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Galeria de fotos de Wilson Simoninha
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Leia um ping-pong com Simoninha

Ricardo Deli Ivanov / Redação Terra


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