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Há 20 anos, Lennon morria em NY

Foto envelhecida mostra como Lennon estaria aos 60 anos (Reprodução/AE)

Sexta, 08 de dezembro de 2000, 06h44min

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Há 20 anos, após pedir um autógrafo um lunático chamado Mark Chapman disparou cinco tiros em John Lennon, matando-o. Vários sonhos ficaram estendidos naquela calçada do edifício Dakota, em frente do Central Park, e uma eventual reunião dos Beatles era o mais acalentado deles.

"Ele foi o maior compositor e o maior letrista do rock, em minha opinião", disse hoje à reportagem, por telefone, de Londres, o guitarrista e cantor Noel Gallagher, da banda Oasis - um dos mais célebres seguidores do legado de Lennon. "Como pessoa, no entanto, ele não era dos meus preferidos", ponderou Gallagher.

A controversa personalidade de Lennon realmente provoca reações diversas. Parte das suas opiniões mais polêmicas está reunida no livro Lennon Remembers - The Rolling Stones Interviews, que foi relançado recentemente nos Estados Unidos. Foi editado originalmente pela Penguim Books em 1971, uma época em que Lennon estava em guerra com o mundo.

"Dylan é besteira, o nome dele é Zimmerman", dizia o músico, comentando a letra de God, em Lennon Remembers. "Meu nome não é John Beatle, é John Lennon."

A efeméride da data de aniversário da morte de Lennon coincide com uma nova ressurreição da banda de Liverpool. Este ano, os remanescentes do quarteto lançaram o livro The Beatles Anthology, sua biografia autorizadíssima. A coletânea 1, dos Beatles, lançada há um mês, tornou-se o disco mais vendido do ano. A EMI relançou há alguns dias os discos John Lennon/Plastic Ono Band e Double Fantasy, que vêm com faixas-bônus e uma canção nunca lançada antes, Help me to Help Myself.

Na quarta-feira, a viúva de Lennon, a artista plástica e cantora Yoko Ono, de 67 anos, apresentou em Nova York um pôster que relaciona o assassinato de Lennon com a escalada de violência nos Estados Unidos. "Cerca de 676 mil pessoas foram mortas com armas nos Estados Unidos desde que John Lennon foi atingido e morto em 8 de dezembro de 1980", diz o cartaz, que traz estampado os óculos espatifados do cantor.

Mark David Chapman matou John Lennon por volta das 23h do dia 8 de dezembro de 1980 com um revólver calibre 38. Tinha vindo do Havaí e estava hospedado a apenas algumas quadras do prédio de Lennon, que não usava guarda-costas e tinha horror às armas. Chapman, maluco total, carregava no bolso um exemplar de O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger.

"Eu costumava me preocupar com a morte quando eu era um menino, mas agora o medo significa cada vez menos para mim", diz Lennon no livro In His Own Words, outro que está sendo republicado. "Eu só espero morrer antes de Yoko porque se ela morrer eu não saberia como sobreviver."

Agência Estado

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