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Fãs de Lennon fazem peregrinação ao edifício Dakota


Sexta, 08 de dezembro de 2000, 17h10min

Apesar da neve que castiga Nova York centenas de pessoas decidiram peregrinar esta sexta-feira até o edifício Dakota e a um pequeno espaço do Central Park para recordar, em silêncio ou com canções, John Lennon, nos 20 anos de seu assassinato.

Desde a manhã de sexta-feira velas foram acesas em frente ao Dakota, na esquina da rua 72 com o Central Park (oeste de Manhattan), prédio onde Lennon morava e na frente do qual Mark David Chapman disparou cinco tiros contra o fundador dos Beatles na noite de 8 de dezembro de 1980.

Os tributos em homenagem ao lendário músico, que vão acontecer durante toda o dia e noite desta sexta-feira, vão culminar com uma vigília comemorativa na área do Central Park que foi rebatizada de Strawberry Fields, em frente ao Dakota.

"Para John, em memória amorosa", diz uma pequena oferenda cercada de velas, depositada por uma jovem canadense em Strawberry Fields (Campos de Morango, título de uma das canções dos Beatles), aonde também estão repórteres do mundo inteiro.

Às 22h50 local (00h50 de sábado no horário de Brasília), hora em que Chapman atirou contra Lennon, a multidão reunida no parque vai realizar um minuto de silêncio. E "com neve ou sem neve", às 23h07 (01h07 horário de Brasília), hora de sua morte, "todos vamos a acender velas para expressar nossa tristeza pelos 20 anos sem Lennon", disse um dos organizadores da vigília, Tom Leighton. Neste momento será feito um pedido pela paz, a que Lennon sempre desejou, acrescentou.

Um nova-iorquino de 40 anos mostrava esta manhã em frente ao Dakota um jornal antigo, cuja primeira página dizia "John Lennon assassinado". "Esta notícia mudou minha vida e embora Lennon continue vivo através de sua música, cada vez me faz mais falta", disse John Tompkins, que declarou que participa todos os anos no dia 8 de dezembro do ritual, que nasceu de modo espontâneo na noite do assassinato do Beatle.

Uma nova-iorquina disse que faz aniversário no dia 9 de dezembro. "Estava fazendo 14, quando minha mãe me acordou com a notícia de que Lennon havia sido assassinado. Esse dia não fui à escola", recordou.

Apesar da vigília, em Nova York, cidade adotada pelo cantor, não serão realizados atos de massa, nem nenhum ato oficial para celebrar Lennon. Os organizadores já expressaram indignação com a cidade, e em particular com o prefeito republicano Rudolph Giuliani, que não permitiu que os fãs permaneçam a noite toda no local para velar Lennon simbolicamente, e insiste em impor o fechamento do parque à 01h00 da manhã (local).

Yoko Ono, que tem 67 anos e continua morando no edifício Dakota, sempre acende uma vela na varanda de seu apartamento, de frente para o Parque, para unir-se à vigília.

Por sua parte, a indústria discográfica também já realizou seu tributo -comercial- ao músico. A compilação das 27 músicas dos Beatles que atingiram a primeira posição nas paradas norte-americanas chegou ao número um da Billboard, ao vender 700.000 cópias em apenas uma semana.

E Yoko Ono está supervisonando a reedição do primeiro e do último discos da carreira solo de Lennon, Plastic Ono Band e Double Fantasy.

AFP

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