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Depois de tanto que se escreveu sobre Dylan, nada como ouvir do próprio suas impressões sobre música, vida, folk versus eletrificação e carreira - que não gosta de falar. Nas poucas entrevista que deu, ficava clara a simplicidade do compositor e a clara tendência à vida em família, depois de tanta fama logo no início de jornada musical.
Por que optou pela música folk
"Chuck Berry já era um compositor de rock'n'roll, então eu nunca tentei escrever nesse gênero, pois a coisa já havia sido feita, sabe? O que eu fizesse teria de ser em um clima diferente. Não faz sentido ser um compositor de segunda categoria em um gênero. E a música folk cria seu próprio público. Isto por que você pode levar um violão para qualquer lugar." (Rolling Stone, 1987)
Surpresa com seu grande público no início da carreira
"Não, pois paguei minhas penas, sabe? Não apareci da noite para o dia. Foi degrau por degrau. E eu soube quando fiz alguma coisa boa. Song Fot Woody, de meu primeiro disco, por exemplo: eu sabia que ninguém havia feito algo assim antes de mim" (Rolling Stone, 1987)
Puristas criticam "eletrificação" do folk de Dylan
"Não foi uma experiência dolorida, não. Vi como uma oportunidade para voltar ao que era há um bom tempo e ir para um estágio superior. Os círculos de folk music eram muito frios, de qualquer forma. Todos foram muito estreitos e severos em suas atitudes. Não me importei que as pessoas não entenderam o que eu estava querendo fazer, pois estava fazendo isso muito antes de eles sequer existirem. Eu sabia o que os Beatles faziam, que era algo bem pop. Os Stones estavam no segmento blues, "hard city blues". Os Beach Boys estavam fazendo algo que eu nunca tinha ouvido antes. Mas eu também sabia que estava fazendo algo inédito." (Rolling Stone, 1987)
Complexidade da vida
"Você fica mais velho e fica mais orientado para a família. Você começa a ter esperanças e expectativas mais para os outros do que para si próprio. Mas não tenho do que reclamar. Eu fiz algo, sabe? Fiz o que queria fazer. E continuo fazendo." (Rolling Stone, 1987)
Composições
"Parte do segredo de se ser um compositor é ter uma atitude ousada. Houve um tempo em que apareciam três ou quatro músicas de uma vez, mas isso foi a um longo tempo atrás. De vez em quando uma música aparece como um bulldog em um portão de casa e pede para ser escrita. mas a maioria delas são rejeitadas imediatamente em minha mente. Você fica pensando se elas deveriam ser ouvidas. Talvez um compositor chegue a um ponto em que tenha escrito músicas demais. Deixe outros fazerem isso." (Los Angeles Times Magazine, 1992)
Política e música
"Qualificam várias de minhas músicas como políticas, mas elas nunca eram sobre os políticos. Os políticos não fazem diferença no mundo. São os homens de negócio por trás deles" (Los Angeles Times Magazine, 1992)
Elvis e a mitificação das celebridades
"Veja o Elvis. Ele é maior hoje do que quando estava vivo. Ele permanece na mente das pessoas. Mas você fica pensando se as pessoas lembram mais das coisas certas sobre sua música ou do que escreveram a seu respeito." (Los Angeles Times Magazine, 1992)
Ricardo Ivanov / Redação Terra
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