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» Participação de Hooker no Free Jazz de 1989, na retrospectiva do ShowlivreMorre aos 80 anos, em sua casa, em São Francisco, um dos últimos mitos do blues, o cantor e guitarrista John Lee Hooker. Segundo um assessor, o bluesman morreu tranquilamente durante o sono. Hoooker, cujo ano de nascimento especula-se ter sido entre 1917 e 1921 (coisas da penosa vida no começo do século em Clarksdale, Mississippi), estava aposentado e vivia mudando de casa na costa da Califórnia. Aproveitava seu tempo para curtir um de seus hobbys: o baseball.
Com um estilo primal e original, Hooker era o símbolo do que o blues do Mississippi produziu no período do pós-guerra norte-americano. Como a maior parte dos cantores do gênero, passou pela música religiosa negra e em seguida ingressou no blues boogie da década de 40. Grupos ingleses como o The Animals e Yardbirds viam em Hooker uma referência no rock com toques de blues.
O primeiro disco, Sally Mae, foi gravado em 1948, com a ajuda do empresário Bernie Besman. Já ficava claro que o estilo do bluesman privilegiava a simplicidade de acordes, em cima da densa batida do autêntico blues.
Blues de Detroit
Boogie Chillen, do mesmo disco inicial, foi o ingresso de Hooker na parada de sucessos. Passou por inúmeras gravadoras, com nomes alterados e diferentes bandas, até assinar em 1955 com a famosa Vee-Jay Records.
Com diversos parceiros - Eddie Kirkland e Eddie Taylor foram alguns deles -, institucionalizou o blues de Detroit. Clássicos do músico começavam a fincar pé na dicografia do blues: Baby Lee, Dimples e I Love You Honey.
Mas No Shoes e Boom Boom foram os grandes marcos da década de 60 para o cantor. Para as gerações da década de 80, Hooker surgiu em uma participação em um clássico filme tributo ao blues, Os Irmãos Cara de Pau (ou The Blues Brothers). No filme, a dupla principal e vários pedestres aparecem dançando na rua ao som de Hooker.
Após o filme, o cantor lançou o aclamado álbum The Healer, com várias estrelas da música como Carlos Santana, Robert Cray e Bonnie Raitt - que lhe rendeu um merecido Grammy.
Seguiu com os discos Mr. Lucky e Boom Boom. Apesar da aposentadoria musical, Hoooker ainda podia ser visto em comerciais como o da Pepsi.
Ricardo Ivanov / Redação Terra
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