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Filha de Jorge Amado acha que morte do pai foi um descanso


Terça, 07 de agosto de 2001, 10h16

Paloma Jorge Amado, filha de Jorge Amado, falou há pouco sobre seu pai e a dor da família com o seu desaparecimento.

"Meu pai era a pessoa mais simples do mundo e ensinou, a mim e a meu irmão, João Jorge, a sermos também simples. Acho que é por isso que são tantas as manifestações de carinho que temos recebido, vindas de gente de todos os níveis sociais, durante todo o período de sofrimento dele. Nós somos pessoas privilegiadas pela vida, por termos tido pais tão maravilhosos, um casal perfeito. Mas, agora, é só tristeza", desabafou Paloma.

Segundo ela, nada conforta neste momento, porque a dor é intensa. "A presença dos amigos é só o compartilhar da dor". Paloma disse, também, que todas as homenagens feitas pela imprensa, de ontem para hoje, emocionaram a família.

Referindo-se ao signo do pai, que era leonino e faria 89 anos no próximo dia 10 de agosto, Paloma Amado lembrou que "há alguns anos já não tínhamos mais ao nosso lado aquele leão exuberante. Nos últimos dias, ele só expressava sofrimento". Para a filha de Jorge Amado, a morte foi um descanso.

Em relação à sua mãe, a escritora Zélia Gattai, Paloma disse acreditar que "ela é uma mulher muito forte e vai segurar o quanto puder, com o apoio da família".

" Hoje a sensação é de que estamos em um palco, interpretando uma cena. Eu chego junto ao caixão e não consigo ver o meu pai. Ele viveu muito feliz, detestava o fato de ser velho e a idéia da morte e isso o amargurou muito nos últimos anos de vida", acrescentou Paloma.

Veja também:

  • Especial sobre a morte de Jorge Amado
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