Os escritores colombianos lamentaram nesta terça-feira a morte do brasileiro Jorge Amado. Segundo eles, "era um dos grandes da América Latina que se preocupava como ninguém com a temática social e contra quem se cometeu uma injustiça ao não conceder-lhe o Prêmio Nobel da Literatura"."Parte um amigo muito querido e acredito que a América Latina perde um escritor excepcional, um homem que em suas novelas conseguiu misturar de forma deliciosa certa ironia e ao mesmo tempo um grande amor por sua gente", disse o premiado escritor colombiano Alvaro Mutis, em declaração na Cidade do México à rádio RCN de Bogotá.
Mutis afirmou que duas obras de Amado, Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e seus dois Maridos, são um exemplo admirável de uma literatura feita num tom muito especial.
O crítico de literatura e pesquisador Rafael Humberto Moreno declarou ao jornal El Tiempo, de Bogotá, que Jorge Amado pode ser considerado um dos quatro maiores escritores brasileiros do Século XX e é clara sua preocupação com a temática social nos anos 30". "Uma de suas maiores conquistas foi oferecer uma visão especial do mestiço brasileiro", acrescentou.
Moreno também considera uma injustiça que Jorge Amado não tenha ganho o Prêmio Nobel nos anos 60, "quando realmente estava no seu apogeu literário".
O diretor colombiano de cinema e teatro Jorge Alí Triana se disse muito triste com a morte do escritor brasileiro. "Eu o conheci em 1985, quando fomos companheiros no júri do Festival de Cinema de Havana ... era um homem sábio, disciplinado e muito apaixonado. Neste festival, ele se apaixonou pela diretora venezuelana Fina Torres, que também era integrante do júri", disse Triana.
Amado morreu na segunda-feira à noite devido a uma parada cardíaca, próximo de completar 89 anos de idade.
AFP
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