As cinzas do escritor Jorge Amado, que completaria hoje 89 anos, foram enterradas nesta tarde dentro de uma pequena urna ao pé da mangueira preferida do autor baiano, no jardim de sua casa, no tradicional bairro do Rio Vermelho, em Salvador.Junto à arvore foi colocada uma pequena placa que reproduz o desejo expresso por Jorge Amado em 1992 no livro Navegação de Cabotagem, onde escreveu: "Aqui nesse canto de jardim eu quero repousar quando chegar o meu dia. Esse é meu testamento".
A cerimônia foi simples, apenas com a presença da mulher Zélia Gattai, dos filhos João Jorge e Paloma Jorge, netos e os dois irmãos do escritor, o médico Joelson Amado e o também escritor James Amado.
Estiveram presentes também uma amiga Zélia dos tempos de exílio político, a francesa Mizete Nadreau; a quituteira Dadá e a diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, Míriam Fraga. Zélia revelou que sentiu a presença do marido na ocasião em que enterrou a urna. "Pronto, Jorge, você está onde pediu", discursou ao concluir o ritual.
Sobre o telegrama que recebeu na manhã de hoje do escritor Paulo Coelho abrindo mão de uma possível candidatura à cadeira vaga por Jorge Amado, na Academia Brasileira de Letras (ABL), caso Zélia deseje concorrer, a escritora disse que ainda não tem condições psicológicas para pensar no assunto. "Paulo Coelho foi muito educado e atencioso com este gesto, tanto eu quanto Jorge sempre o respeitamos muito, mas, no momento, só consigo pensar em Jorge", respondeu.
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