O mais prestigiado prêmio literário britânico, o Booker, será aberto à concorrência de autores norte-americanos. A mudança atende ao pedido de um novo patrocinador do evento, uma empresa de serviços financeiros, anunciou na quarta-feira o jornal The Times. A reformulação teria sido exigida pelo Man Group, que, no mês passado, passou a patrocinar a cerimônia literária antes reservado a autores britânicos ou de países pertencentes à Comunidade Britânica, informou a publicação.
Segundo o Web site do Booker, o prêmio - que, desde sua criação, em 1969, tornou-se um dos mais importantes do mundo em ficção literária - será renomeado Prêmio Man Booker de Ficção, como parte de um acordo de cinco anos no valor mínimo de 2,5 milhões de libras (US$ 3,64 milhões).
Mas uma crítica disse que ele vai reduzir o Booker ao nível do "fast food". "O prêmio vai acabar sendo tão britânico quanto bolinhos ingleses vendidos em supermercados norte-americanos", disse ao The Times a presidente do painel de juízes do prêmio este ano, Lisa Jardine. "Ou seja, ele se tornará genérico e insosso, em lugar de especificamente britânico. Seu caráter será totalmente modificado", disse ela.
A simples inclusão de um livro na lista dos finalistas para o prêmio já é capaz de elevar suas vendas de maneira dramática.
Entre alguns ganhadores anteriores figuram o sul-africano J. M. Coetzee e seu romance sombrio Desonra, em 1999; Michael Ondaatje - cujo livro O Paciente Inglês foi adaptado para o cinema e virou sucesso de Hollywood - em 1992; Kazuo Ishiguro, com Os Despojos do Dia, em 1989.
Jardine disse que seu temor é que os autores britânicos e da Comunidade Britânica percam espaço com a invasão de escritores norte-americanos. "É realmente importante que a voz deles seja ouvida", disse ela. "Precisamos dessa identidade, e o mercado global também precisa dela".
Reuters
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