O líder interino do Afeganistão, Hamid Karzai, pediu nesta segunda-feira que a comunidade internacional ajude o devastado país a restaurar seu patrimônio cultural, danificado e saqueado por mais de duas décadas de guerras. Durante um seminário cultural em Cabul, Karzai descreveu como "irreparável" a destruição dos dois budas gigantes de Bamiyán no ano passado pelo regime Taliban, que governou o Afeganistão.
"Espero que os intelectuais e os amantes da cultura tomem decisões sobre como preservar e revitalizar o patrimônio cultural do Afeganistão", disse em um seminário organizado pela Unesco, órgão de cultura e educação da Organização das Nações Unidas (ONU).
O diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, falou que o Afeganistão era o testemunho vivo de mais de 2000 anos de história e a expressão de muitos povos, culturas e crenças diferentes.
Espera-se que o seminário de três dias proponha a reconstrução de alguns importantes lugares históricos, em um país situado na interseção de culturas asiáticas, européias e do Oriente Médio, na chamada Rota da Seda.
Os projetos, a um custo estimado de cinco milhões de dólares, incluem a reconstrução dos Budas de Bamiyán - de 53 e 38 metros de altura -, a restauração do museu de Cabul e a preservação dos famosos minaretes islâmicos, como o de Jam, nas montanhas da Província de Ghor, no oeste do país.
A Unesco disse que o minarete de Jam do século 12, o segundo mais alto do mundo com quase 58 metros, será adicionado na sua lista de Patrimônio da Humanidade em junho.
O órgão cultural da ONU também tentará adquirir e devolver importantes antiguidades afegãs e outros objetos que estão agora em mãos de museus estrangeiros.
O patrimônio cultural do Afeganistão é considerado como um dos mais ricos do mundo.
Levantado entre o Irã, o subcontinente indiano e Ásia Central, o país se encontra no meio de uma rota comercial chave para várias potências estrangeiras.
Reuters
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