Prometendo ajuda técnica e financeira, especialistas e autoridades de vários países disseram que, depois de 23 anos de guerra, é urgente recuperar o que é possível da rica e diversificada herança cultural afegã, que vem desde Alexandre, o Grande, e o nascimento do budismo Mayahana.

Mas os especialistas consideraram que seria artificial reconstruir as duas estátuas de Buda, de 53 e 38 metros de altura, que, antes de serem destruídas pelo Taliban, se erguiam em fendas profundas nas rochas em um lado do vale de Bamiyan.

Além disso, especula-se que um Buda ainda mais antigo, reclinado, possa estar soterrado no local.

O Museu de Cabul, bombardeado e saqueado durante as lutas entre diferentes facções afegãs, entre 1992 e 1995, e arrasado por soldados do regime durante cinco anos, é hoje pouco mais do que um invólucro devastado.

"É importante começar por aqui a restauração dos objetos, e fazê-lo rapidamente, para mostrar ao povo do Afeganistão a riqueza de sua coleção", disse Mounir Bouchenaki, diretor geral assistente de cultura da Unesco (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas).

A restauração do museu vai começar com uma doação de US$ 750 mil da Grécia.

Bouchenaki disse que, em última análise, a decisão sobre o que restaurar primeiro cabe ao povo afegão, cujo país, na antiguidade, era a encruzilhada do Oriente e do Ocidente e de religiões como o zoroastrianismo, hinduísmo, budismo e islamismo, sendo atravessado pela rota da seda.

Enquanto isso, entretanto, será lançado um projeto japonês para dar sustentação ao local em que as estátuas de Buda ficavam e para restaurar cavernas e pinturas rupestres antigas no vale.

Bouchenaki disse que especialistas e doadores internacionais vão restaurar vários outros sítios históricos no Afeganistão, incluindo o minarete de Jam - uma torre islâmica de 60 metros de altura, erguida no século 12, que se tornará o primeiro patrimônio cultural da humanidade do país - e o minarete de Herat.

Reuters

volta