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Manchetes da história contadas em uma exposição na Europa


Sexta, 31 de maio de 2002, 08h33

O jornal de hoje pode servir como peça às vezes imperfeita, mas útil para reconstituir a história. É com esta perspectiva que a exposição contando "O Século na Primeira Página" faz sucesso pela Europa. Passou pela Biblioteca Nacional da Áustria, em Viena, é alvo de elogios em Madri, proximamente estará em Sevilha, Espanha, e Portugal e depois tomará o rumo da América Latina.

É obra de um "arqueólogo do jornalismo", o espanhol Josep Bosch, que passou 30 anos buscando exemplares antigos por todo canto do planeta. Esta exposição é atraente e exclusiva porque apresenta alguns dos acontecimentos mais importante do século XX, tais como refletidos na primeira página de jornal da cidade ou país onde os fatos ocorreram.

"É uma homenagem ao século de ouro da imprensa escrita", diz esse ex-correspondente da agência espanhola EFE em Londres, Tóquio, Pequim, Hong Kong e Genebra, hoje assessor de imprensa da Organização Mundial de Comércio (OMC).

O século na primeira página começa com manchetes sobre sucessos científicos e tecnológicos que mudariam nossa vida, como o início das comunicações telegráficas transatlânticas. Em 18 de dezembro de 1901, a manchete do norte-americano "Apleton Evening Crescent" anunciava: "Marconi triunfa. Anunciou um sucesso maravilhoso. Envia sinais através do mar."

A exposição mostra histórias dramáticas das duas grandes guerras, passa pela revolução russa de 1917, pelo desmoronamento da bolsa de Nova York que deflagrou a grande depressão de 1929 e chega à queda do muro de Berlim que representava a divisão da Europa.

Desfilam pela primeira página personagens como Francisco Jose, Churchill, Mao, Stalin, Fidel Castro, Eva Perón, Franco e até Lady Di. O que interessa não são os personagens em si, mas o tratamento que a imprensa lhes dá. Em 1952, "Democracia" de Buenos Aires dedicava a primeira página inteira para a morte de Evita, registrando o "choro do povo sob sua maior dor" diante do desaparecimento da "mártir do trabalho, que entrou na imortalidade". Em outro registro, "La Pátria Libre", de Havana, saudava no dia 7 de janeiro de 1959 a vitória de Fidel com um entusiamado "Bienvenidos Libertadores".

A exposição passa também por outros acontecimentos impressionantes do século, como a chegada do homem à Lua. E termina com a primeira página do New York Times de 12 de setembro de 2001, contando o atentado contras as duas torres do World Trade Center.

Bosch começou coleção em maio de 1968, quando, ao 16 anos, comprou um exemplar do "France Soir" que contava o fim da revolta de Paris. Trinta e quatro anos depois, acumulou mais de três mil primeiras páginas de jornais do mundo inteiro. "Os jornais refletem muito mais as paixões de um certo momento da História do que os livros", diz. Exemplifica com a cobertura da fratricida guerra civil espanhola entre 1936 e 1939. "Olho por olho, dente por dente", publicava o jornal "Solidariedad Obreba". "El Sol", de direita, replicava publicando que várias cidades estavam "sob fogo incessante de nossa aviação e nossa artilharia". Em tom de revolta, "El Diluvio" de Barcelona lançava o grito famoso em enorme manchete: "Non Pasaran". Mais tarde, "El Noticiero Universal" constatava o estrago feito pelas tropas de Franco: "Assassinos".

Entre suas edições mais valiosas, Bosch destaca a do "Bosninsche Post" de Sarajevo, que conta a reação do arquiduque herdeiro do trono da Áustria, Francisco Fernando, após o primeiro atentado de Saravejo, em 1914. Francisco se queixou ao prefeito de ter sido recebido "com bombas". Pouco depois, um segundo atentado o mataria e deflagraria a primeira guerra mundial.

"Quando busco um jornal, sei que alguém o tem. A dificuldade é localizar o mundo e essa pessoa e saber se quer vendê-lo." Bosch conta que sua surpresa mais agradável foi conseguir na China exemplares de jornais da época da Revolução Cultural, que até hoje são considerados quase um segredo de Estado.

O colecionador lamenta não ter ainda exemplares com algumas notícias importantes, como o "Diário Bolchevique" da vitória da revolução russa de 1917. Nem a edição do "Nipon Times" com a manchete sobre a bomba atômica em Hiroshima: "Os Estados Unidos começaram a utilizar uma nova bomba mortífera." Também busca uma edição de jornal brasileiro com o milésimo gol de Pelé.

Bosch não hesita em concluir que a imprensa pode ser um quarto poder, mas que continua submetido aos outros três. "A imprensa está sob grande influência do poder, e em todo lugar."

InvestNews/Gazeta Mercantil

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