Harry Potter e a Câmara Secreta, de J.K. Rowling, está vendendo como pão recém-saído do forno em Berlim. Il serpente dei Maya, de Clive Cussler, é lido em toda parte em Roma, e O Universo Numa Casca de Noz, de Stephen Hawking, cativa leitores em português, de Lisboa ao Rio de Janeiro. Um olhar rápido lançado sobre as listas de livros mais vendidos nas maiores cidades do mundo revela que muitos dos títulos mais populares são obras traduzidas. Enquanto os suecos devoram Trilogin om Harskarringen, Sagan om Ringen, de J.R.R. Tolkien, por exemplo, os parisienses andam lendo La Quatrieme Main, de John Irving.
Os executivos do setor livreiro dizem que a globalização da literatura popular anda de vento em popa. Hoje em dia, centenas de títulos podem ser encontrados em dezenas de idiomas, gerando um fluxo de renda cada vez mais significativo para as editoras.
"O horizonte dos leitores está muito maior do que era há algum tempo, e existe um interesse amplo e eclético quanto ao que acontece no mundo", comentou Carol Janeway, editora-sênior da Knopf Publishing Group, uma das maiores empresas de literatura internacional dos Estados Unidos. "A comunidade de editoras é muito internacional."
Negócios crescentes
Existe uma idéia amplamente difundida, porém errônea - pelo menos no caso dos EUA - de que a televisão, a Internet e outras formas de entretenimento popular tenham provocado uma espiral descendente da leitura de livros. Os números sugerem o contrário.
Liderada por uma alta nos títulos de ficção para adultos, a produção total de livros no mercado norte-americano deverá ultrapassar seu pico histórico de 135 mil títulos em 2001, que representou um aumento de 10 por cento em relação a 2000. Os números não param de crescer há 20 anos.
As obras traduzidas representam apenas uma pequena fração desse total. Mas essa situação está começando a mudar.
Os títulos do romancista americano Paul Auster já foram editados em 19 línguas diferentes, incluindo croata e turco, disse Carol Mann, a agente literária que representa o autor.
O livro Hell's Angel, de Sonny Barger, fundador do grupo de motoqueiros do mesmo nome, também cliente de Mann, está vendendo muito bem "em países onde as pessoas gostam de motos, como a Alemanha e o Japão", disse a agente.
São alguns exemplos da alta das traduções de ficção em todo o mundo.
Reuters
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