O grande vencedor dos Tonys deste ano foi o musical Thoroughly Modern Millie, que ganhou seis categorias da premiação mais importante da Broadway. A festa do teatro nova-iorquino foi realizada ontem à noite no Radio City Music Hall, em Manhattan. Fortune’s Fool e Private Lives ganharam destaque nos prêmios para as peças em cartaz na cidade.Esta foi a primeira edição do prêmio depois dos ataques terroristas de 11 de setembro, que afetaram bastante a Broadway nos meses seguintes. Mas uma das maiores atrações turísticas da cidade parece estar normal novamente. Os visitantes retornaram a Nova York e o público voltou a comprar ingressos para os espetáculos em cartaz nos palcos da cidade. As vendas de tíquetes chegaram a cair 75% nas semanas seguintes à tragédia. No total, a Broadway teve cerca de 1 milhão de espectadores a menos na temporada que termina atualmente, em comparação com a de 2000/2001.
Nomes novos e veteranos do teatro dividiram espaço na premiação. Sutton Foster ganhou o prêmio de melhor atriz de um musical, por Thoroughly Modern Millie. Ela começou sua temporada no espetáculo como uma das substitutas das protagonistas, mas conquistou aos poucos seu espaço no elenco principal. Sua companheira de elenco Harriet Harris venceu a categoria de melhor atriz coadjuvante. Thoroughly Modern Millie é baseado em um filme homônimo de 1967, estrelado por Julie Andrews. A história é passada na Nova York dos anos 20.
John Lithgow ganhou o Tony de melhor ator de um musical por sua atuação em Sweet Smell of Success. Shuler Hensley foi o vencedor do prêmio de melhor ator coadjuvante, por Oklahoma!. Urinetown: The Musical ganhou as categorias de melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor direção, para John Rando. Into the Woods ficou com o Tony de melhor revival de um musical.
Private Lives, uma comédia de Noel Coward, levou três Tonys: os de melhor revival de uma peça, melhor cenário e melhor atriz, para Lindsay Duncan. Ela também ganhou um Olivier Award por sua performance na montagem do mesmo espetáculo no West End londrino. O prêmio de melhor ator em uma peça foi para Alan Bates, por Fortune’s Fool. Frank Langella ficou com o de melhor ator coadjuvante, também pelo espetáculo de Mike Poulton baseado em uma peça do russo Ivan Turgenev escrita em 1848. Bates ganhou um Tony em 1973 e Langella, em 1975.
A melhor atriz coadjuvante de uma peça foi Katie Finneran, por Noises Off. Mary Zimmerman foi escolhida a melhor diretora, por Metamorphoses. Edward Albee recebeu o prêmio de melhor peça por The Goat, or Who Is Sylvia?. O autor, que já foi indicado ao Tony seis vezes, tinha ganhado apenas em 1963, por Quem Tem Medo de Virginia Woolf?.
Os grandes perdedores do evento foram as peças The Crucible e Morning’s at Seven, além do musical Mamma Mia!. The Crucible teve seis indicações, inclusive para seus protagonistas, Liam Neeson e Laura Linney. Morning’s at Seven, por sua vez, teve o maior número de indicações ao Tony entre as peças: nove. Mamma Mia!, hit de público, concorria a cinco prêmios.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi vitória da veterana Elaine Stritch, de 76 anos, que levou o primeiro Tony de sua carreira pelo one-woman show Elaine Stritch at Liberty, na categoria de evento teatral especial. Mas ela teve seu discurso de agradecimento cortado para os comerciais pela emissora de TV CBS, que transmitia o evento. Nos bastidores, em entrevista para a mídia, a atriz chorou e disse que aquilo tinha estragado a festa para ela.
Ricardo Bairos /Planet Pop
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