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MoMA muda-se para o Queens por três anos

Vista do museu por dentro
Imagem: Reprodução vídeo

Quinta, 27 de junho de 2002, 11h47

O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) está de casa nova. Parte das obras de arte de uma das instituições culturais mais importantes dos Estados Unidos foram transferidas para o bairro do Queens enquanto a sede em Midtown, Manhattan, passa por obras de ampliação. A reforma de US$ 650 milhões vai aumentar em 50% sua capacidade e permitir a exposição de uma série de obras que são muito grandes para as atuais galerias. Cinco exposições vão inaugurar o novo espaço este fim de semana, quando o público vai poder entrar de graça no museu.

Assista ao vídeo sobre o MoMA. Escolha entre Windows Media ou Real Player

A sede temporária no bairro industrial de Long Island City fica em uma antiga fábrica de grampos da marca Swingline, reformada pelas firmas de arquitetura de Michael Maltzan, de Los Angeles, e Scott Newman (Cooper, Robertson & Partners), de Nova York. O espaço tem cerca de 16 mil metros quadrados, dos quais 2,5 mil são destinados às exposições. Há também um café, uma loja, um área de restauração de obras de arte, uma biblioteca e locais para partes técnicas e administrativas da instituição. O museu deve voltar para Manhattan apenas em 2005, quando a sede de Queens deve funcionar como um anexo para eventos e exposições especiais, assim como o P.S.1 Center for Contemporary Arts, no mesmo bairro.

O espaço do Queens (com o logo MoMAQNS) vai abrir suas portas com cinco novas mostras. Uma delas é To Be Looked At: Painting and Sculpture from the Collection, uma instalação rotativa com trabalhos clássicos da história da arte que fazem parte da coleção permanente do museu, como Uma Noite Estrelada, de Vincent Van Gogh. Tempo, que fica em cartaz até 9 de setembro, reúne uma série de trabalhos que lidam com o conceito de tempo. Projects 76: Francis Alÿs vai mostrar vídeos e desenhos de uma procissão/performance realizada no dia 23, que marcou a mudança do museu para o Queens. A Walk through Astoria and Other Places in Queens: Photographs by Rudy Burckhardt tem uma série de imagens tiradas no Queens pelo fotógrafo e cineasta suíço nos anos 40.

A exposição que promete ser campeã de público, no entanto, é AUTObodies: Speed, Sport, Transport, com a coleção de automóveis do museu. Os destaques são uma Ferrari da Fórmula 1, de 1990, um Cisitalia 202 GT, de 1946, e um Jaguar Roadster E, de 1963. Entre as aquisições mais recentes, estão um Smart Car (2002), um Fusca (1959) e um Jeep Willys-Overland (1953).

A mudança vai ser comemorada no sábado com uma obra de arte de fogos de artifício. O espetáculo, concebido pelo artista Cai Guo-Qiang, vai iluminar o East River às 21h30. Transient Rainbow vai ter 1 minuto de fogos de artifício que vão formar um arco-íris entre Manhattan e o Queens. A performance vai poder ser vista de várias partes da cidade.

Reforma do outro lado do rio

Desde que se instalou em seu atual endereço (na Rua 53, entre a Quinta e a Sexta Avenidas), em 1932, o MoMA passou por várias transformações, mas nunca tão radicais. Em 1939, ficou pronto o prédio projetado por Philip L. Goodwin e Edward Durell Stone; em 1953 foi a vez do Abby Aldrich Rockefeller Sculpture Garden, desenhado por Philip Johnson; em 1984 a Asa Oeste, projetada por Cesar Pelli, acrescentou o cinema e novos escritórios ao museu. Nos últimos anos, com a disponibilização de novos terrenos vizinhos, o comitê que administra o MoMA começou a planejar uma reforma que aumentasse a capacidade da instituição: apenas 10% da coleção podia ser mostrada de uma só vez e muitas obras não cabiam nas galerias.

Em 1997, depois de 18 meses de estudos e análises, incluindo a participação de dez times de arquitetos, o japonês Yoshio Taniguchi foi selecionado para assinar o novo MoMA. Ele é o responsável por instituições como o Nagano Prefectural Museum, o Marugame Genichiro-Inokuma Museum of Contemporary Art, o Toyota Municipal Museum of Art e o Tokyo National Museum, todos no Japão. O MoMA é seu primeiro projeto internacional.

De acordo com a direção do museu, a idéia não é só aumentar o espaço, mas "criar uma nova instituição, com áreas mais dramáticas, que sirvam para as metas intelectuais do museu". Para isso, o MoMA vai ganhar aproximadamente 23 mil metros quadrados de novas construções; 35 mil metros quadrados de áreas renovadas; um grande complexo educacional e de pesquisas; uma entrada específica para grupos escolares e turistas; um novo teatro; e o dobro do número de galerias (algumas com clarabóias). O projeto ambicioso também deve produzir uma nova obra-prima da arquitetura em Manhattan, com prédios de vidros que combinam com a construção original e privilegiam as obras de arte e o jardim das esculturas, considerado o "coração do museu".
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Ricardo Bairos /Planet Pop

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