Catedral da Sé reabre repaginada após três anos de reformas
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A fachada da Catedral da Sé |
Quarta, 25 de setembro de 2002, 16h00
No próximo domingo (29) às 10h os paulistanos poderão conhecer a nova Catedral da Sé. Inaugurada em 1954 no marco zero de São Paulo, a igreja está fechada para reformas desde 1999. » Confira as fotos da Catedral da Sé "Nos demos conta do quanto ela necessitava de reparos quando um tijolo caiu do alto da cúpula no meio do corredor. Felizmente não machucou ninguém", contou o cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, que irá celebrar a missa de reabertura. As obras, que consumiram aproximadamente R$ 19,5 milhões, não só restauraram o que estava danificado, mas também complementaram diversas partes que estavam no projeto original da igreja e nunca haviam sido executadas. "O projeto original de 1911 iria incorporar 14 novas torres, mas teve de ser refeito, porque iria acrescentar peso a uma estrutura já comprometida", explicou Ronaldo Ritti, diretor da Concrejato, empresa que está executando a reforma projetada pelo arquiteto Paulo Bastos. Para resolver o problema, decidiu-se pelo aço, em substituição ao concreto armado, e ao CRG (do inglês glass reinforced concrete), um revestimento de argamassa com fibra de vidro, no lugar do granito. O material reduz o peso da estrutura em até 50%. As torres foram pré-moldadas e transportadas para o alto da catedral. Uma novidade é o vitral acima da porta principal da igreja. O espaço já existia, mas apenas envidraçado. Durante o processo de reforma foi descoberta uma caixa com as peças, que após um trabalho de "quebra-cabeças" foi incorporada ao novo visual da catedral. A iluminação também foi modernizada. Os lustres originais foram mantidos, porém novas lâmpadas, integradas com um sistema de caixas de som numa única peça, permitem uma distribuição mais uniforme no espaço que abriga cerca de 900 pessoas sentadas e cerca de 5 mil quando ocupado totalmente. A igreja também ganhou dois itens básicos até então inexistentes: acesso para portadores de deficiência física e banheiros masculinos e femininos (também com acesso para deficientes). A melhor recepção para o público também se deve ao fato de que a catedral está se preparando para abrir um espaço cultural num futuro próximo. Ainda não há previsão para isso, mas a infra-estrutura já está sendo preparada. "Queremos criar um espaço de visitação museológico. Quando a escadaria principal foi retirada para restauração, encontramos louças, garrafas de vinho e documentos dos funcionários que trabalharam na época da construção da igreja. Temos tudo catalogado e acondicionado. Vamos resgatar não só o sentido religioso da catedral, mas também o cultural", explicou Ritti. O cardeal também tem esperanças de aproximar o púlbico da Sé com a reforma. "Hoje a catedral não está apenas no coração de São Paulo, mas também no coração dos paulistanos. Com a reforma ela ficou ainda mais bonita, é praticamente uma nova igreja. Queremos devolver ao povo tudo o que foi expresso aqui culturalemente, pois somos um grande acervo histórico", afirmou Dom Cláudio Hummes.
Daniela Salú Redação Terra
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