Exercitar a fantasia é o mote de Alice no País das Maravilhas

Em cena, Luana anda em perna-de-pau Foto: Alexsandra Bentemüller Redação Terra

Sexta, 11 de abril de 2003, 08h30

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Mais loira do que nunca, Luana Piovani entra no palco do Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, correndo atrás de um coelho branco com olhos cor-de-rosa. O bicho tira um relógio do bolso do colete e diz para si mesmo: "Estou atrasado. Muito atrasado. Atrasadíssimo!". A cena transporta o espectador para o mundo infantil de Alice no País das Maravilhas, clássico da literatura Universal de Lewis Carroll.

Exercitar a fantasia é o mote da peça. Fiel às características da animação Disney, a encenação aborda as principais situações da história como a toca do coelho, a lagoa de lágrimas, o chá maluco, o jogo de críquete da rainha, o tribunal, entre outros, num texto dinâmico e com boas situações engraçadas.

As crianças podem conferir as inúmeras vezes em que Alice muda de tamanho, com a mesma fascinação do livro de Carroll. Estão lá o entusiasmo, a alegria, os medos e a coragem da personagem que acredita passear pelo País das Maravilhas mesmo sabendo que quando abrisse os olhos tudo voltaria a ser realidade.

As transmutações de Alice são os momentos mais marcantes do espetáculo. Na montagem, a atriz usa marionete para representar a diminuição da personagem. O impacto dos espectadores é imediato quando pernas infláveis invadem a platéia para mostrar uma Alice gigante.

Responsável pela idéia e execução do projeto, Luana Piovani compartilha com o público infantil as tristezas simples de Alice e alegra-se com suas brincadeiras ingênuas. "É louco viver o universo do Lewis. Não está com nada esta coisa de princesa que fica esperando o príncipe encantado vir beijar e resolver o problema. Achei mais interessante contar a história de uma criança que faz traquinagens e resolve seus próprios problemas quando entra numa enrascada", explicou a atriz.

Luana usou recursos circenses para manter a atenção dos pequenos durante o espetáculo. Em cena, ela faz acrobacia, anda em perna-de-pau e pendura-se em cabo de aço. Além disso, uma equipe de atores faz malabarismo num cenário montado com trapézios e objetos infláveis, que se moldam de acordo com o tamanho de Alice. "A peça não tem nenhuma lição moral. Quero apenas mostrar para as crianças que elas podem brincar de crescer e de achar que flores falam", definiu Luana.

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Alexsandra Bentemüller
Redação Terra