Diversão Notícias
Capa de diversão
Arte e cultura
Cinema
Crianças
Games
Gente e TV
Humor
Literatura
Música
Palavras Cruzadas
Vídeos
Teatro
The Boy
The Girl
Notícia

Nora e neto de Picasso falam do futuro museu de Málaga

Quarta, 18 de junho de 2003, 11h26

Christine e Bernard Ruiz-Picasso, nora e neto de Picasso, respectivamente, explicaram em Basiléia hoje, quarta-feira, como decidiram converter em "póstuma" realidade o velho sonho do artista mais influente do século XX de doar uma parte de sua obra a um museu de Málaga, sua terra natal.

Christine, viúva de Pablo, o filho de Picasso com Olga Khoklova, e Bernard, filho por sua vez de Christine e Pablo, participaram da primeira e única apresentação internacional do museu Picasso, que será inaugurado oficialmente pelos reis da Espanha no próximo 27 de outubro.

A apresentação foi feita no Kunstmuseum de Basiléia, cidade de arte por excelência, também muito vinculada a Pablo Picasso, do qual possui várias obras adquiridas graças a um abaixo-assinado popular. O artista, tremendamente emocionado com o gesto, fez uma doação pessoal ao povo.

No caso do museu malaguenho, destinado a converter-se em um centro para a admiração e o estudo da obra picassiana, os generosos doadores foram os dois herdeiros, que cederam 204 obras do artista- entre pinturas, desenhos, esculturas e obras gráficas- de suas coleções particulares.

Em conversa com a EFE, Christine relatou a freqüência com que seu sogro evocava a cidade andaluza, na qual por razões políticas nunca voltaria a pisar depois de exilar-se, e daí a emoção que sentia ao ouvir o sotaque andaluz das quadrilhas que iam torear no sul da França.

A nora do pintor contou que em 1953 seu sogro recebeu uma carta de um notável de Málaga, na qual este lamentava não haver obra sua ali e oferecia-lhe a possibilidade de procurar um lugar para expor uma eventual doação que pudesse fazer à cidade. A carta o comoveu de tal forma que Picasso decidiu enviar seu filho Pablo à região.

Naquela viagem de carro, embora não estivessem casados ainda, Christine acompanhou Pablo, lembra a viúva, que explica que no final a oposição política que existia na Espanha ao pintor do "Guernica" fez com que o projeto fracassasse.

A relação com Málaga acabou sendo retomada muito depois, em 1991-92, por ocasião de uma exposição que a junta de Andaluzia encomendou à especialista Carmen Giménez, intitulada "Picasso Clássico", e à qual contribuíram os herdeiros do pintor.

Mas foi sobretudo a realizada em 1994 com toda a coleção de Christine, também no Palácio Episcopal da cidade, a que movimentou as autoridades a atender uma solicitação da Junta de Andaluzia e realizar, enfim, o desejo que nunca pôde cumprir o próprio Picasso: "Me emocionou o entusiasmo, o fervor que os malaguenhos demonstraram a meu sogro".

"Eu não podia aceitar a idéia de ter a obra de Picasso guardada em caixas. Além disso, tinha um forte amizade com Carmen (Giménez), que sempre me animou", explicou Christine em relação àquela que será a primeira diretora do museu malaguenho.

Bernard Ruiz-Picasso, que apoiou a idéia de sua mãe e contribuiu também com uma importante doação ao museu, completada com o empréstimo temporário de outras 40 obras por ocasião da abertura, explicou assim seu gesto à EFE: "Acho que os herdeiros de um artista como Picasso não podem se comportar como os de uma empresa ou uma firma comercial".

"Os artistas como se sabe vivem de uma maneira um tanto especial e podem ser mais ou menos generosos segundo os casos. Picasso sempre se distinguiu por sua fidelidade e sua amizade", acrescentou o neto do gênio.

"Nem minha mãe nem eu podíamos dizer não. Eu já tenho muito dinheiro e não quero ficar com mais. Temos uma sorte imensa de pertencer a essa família, temos muito a agradecer e para mim era natural tocar esse projeto e participar da doação", afirmou.

Tanto Christine como Bernard insistiram na importância da colaboração entre as duas fundações, uma pública, da Junta de Andaluzia, e outra privada, a que leva o nome dos herdeiros, no novo centro, que deve ser "um museu vivo", capaz de estimular não só o estudo da obra picassiana e da arte em geral mas também a criatividade dos jovens.

Por sua vez, a diretora geral do patrimônio histórico da Junta Andaluza, María del Mar Villafranca, que participou também na apresentação em Basiléia, explicou à EFE que no museu haverá duas linhas de trabalho: um enfoque educacional para, através de Picasso, aprofundar e analisar a arte do século XX e outro, centrado na investigação graças à importante biblioteca do centro, à qual querem incorporar fundos do arquivo da família.
Envie para um amigo   Imprimir

EFE

Mais notícias
Planeje sua viagem


A agência de
viagens do Terra
Atendimento ao cliente: 0800 7712312
 
 » Conheça o Terra em outros países Resolução mínima de 800x600 © Copyright 2003,Terra Networks, S.A Proibida sua reprodução total ou parcial
  Anuncie  | Assine | Central do Assinante | Clube Terra | Fale com o Terra | Aviso Legal | Política de Privacidade