Leon Uris, autor de Exodus, morre aos 78 anos

Terça, 24 de junho de 2003, 13h41

O romancista americano de origem judaica Leon Uris morreu sábado em sua casa em Nova York por causas naturais aos 78 anos, informou nesta terça-feira sua ex-mulher, a fotógrafa Jill Peabody.

Filho de imigrantes judeus que chegaram aos Estados Unidos do Leste da Europa, Uris abandonou o colégio aos 17 anos de idade para unir-se aos fuzileiros navais dos Estados Unidos, onde serviu na Segunda Guerra Mundial entre os anos de 1942 e 1945 no Pacífico Sul.

Desta experiência nasce seu primeiro livro Battle Cry, ao qual se seguiu em 1958 seu livro mais famoso, Exodus, que narra a história da formação do Estado de Israel.

Antes de escrever este romance, que acompanha a história dos judeus do começo do século até 1948, Uris viajou extensamente pelo Oriente Médio, em algumas ocasiões como correspondente de guerra nos conflitos entre israelenses e árabes.

A obra vendeu milhões de exemplares e foi traduzida para quase 50 idiomas, sendo distribuida até de forma clandestina nos países do bloco socialista.

Uris destacou a importância do livro para a comunidade judaica da antiga União Soviética, e disse que a seu romance chegou a ser conhecido nessa comunidade como "o livro".

O escritor ficou famoso pela dedicação que teve em investigar os temas de seus romances, o que o levou a realizar longas viagens por diferentes partes do mundo.

Outros livros do autor são Topázio, de 1967, que Alfred Hitchcock levou ao cinema dois anos depois, QB VII de 1970, Trinity de 1974 e O Haj de 1984.

Uris também colaborou com o compositor Walt Smith para a produção do musical da Broadway Ari, de 1970.

Os fuzileiros navais renderão uma homenagem póstuma ao autor, quem deixou escrito em seu epitáfio esta frase: "Americano, Marine, Judeu, Escritor".

Uris estava concluindo seu último livro, O'Hara's Choice (A escolha de O'Hara), que segundo os amigos mais próximos é sua obra mais pessoal e será publicada postumamente pela editora Harper Collins.

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EFE