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Chacal escreve livro apoiando "islã revolucionário"

Quinta, 26 de junho de 2003, 10h34

O terrorista venezuelano Illich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos", faz apologia do "islã revolucionário" e do exemplo "luminoso" do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em um livro que começa a ser vendido na França.

O terrorista "Carlos", de 55 anos, condenado a prisão perpétua em 1997 neste país, tenta justificar ideologicamente os atentados perpetrados a partir de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

O "totalitarismo americano" é o principal inimigo desta luta armada, que "Carlos" também justifica em função da "ocupação dos lugares santos, dos quais Jerusalém faz parte", e da "negação da justiça para o povo palestino".

Em L'Islam révolutionnaire, o mais famoso terrorista da década de 70, conhecido como o Chacal, relata também, em 274 páginas, sua passagem da Internacional Comunista a uma espécie de marxismo islâmico.

Segundo "Carlos", o "islã revolucionário", que "ataca as classes dominantes com o objetivo de conseguir uma divisão mais justa da riqueza", é a única solução para a "decadência moral e espiritual das atuais 'democracias'".

Sua conversão ao islã aconteceu em duas fases. A primeira, quando tinha 25 anos, foi em um campo de treinamento da Frente Popular de Libertação da Palestina, no Iêmen, e a segunda, e definitiva, aconteceu nas mãos de um "mulá" iraniano perto dos Mujahadin, que lhe abriu "um longo caminho de amadurecimento moral e espiritual".

"Carlos", casado em 2001 com sua advogada, a francesa Isabelle Coutant-Peyre, pela charia (a lei islâmica), assegura em seu livro que o islã reforçou suas "convicções revolucionárias".

"O islã é, talvez, atualmente a única força trasnacional suscetível de se opôr ao servilismo das nações", ressalta Ramírez Sánchez, para quem o exemplo de Osama bin Laden é "luminoso" e os atentados de 11 de setembro são "uma alta ação de armas", apesar de admitir que também serviram para ampliar "o expansionismo americano".

Segundo Carlos, depois do Afeganistão dos talibãs e do Iraque de Saddam Hussein, os próximos alvos da atual administração americana são Irã, Sudão, Arábia Saudita e Síria,

O "terrorismo vai fazer parte da paisagem cotidiana de nossas democracias podres", acrescenta.

No entanto, "Carlos" não fala sobre seus próprios atentados, prometendo explicá-los no futuro.

"Acabei a redação das minhas memórias em novembro de 1992 em Aman. Serão publicadas antes de vinte anos, de qualquer forma isso será depois da minha morte", afirma em seu livro editado por "Editions du Rocher".
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EFE

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