5 coisas que queremos no Nintendo Switch 2
O novo console híbrido parece familiar, mas há muitas formas de inovar
Finalmente, o momento tão aguardado chegou. Após anos de especulações sobre como seria, a Nintendo revelou oficialmente nesta semana o sucessor de seu console doméstico mais popular: o Nintendo Switch 2.
O novo dispositivo mantém uma aparência semelhante ao anterior, preservando o design híbrido que combina o uso portátil com a possibilidade de ser acoplado à TV, um formato que contribuiu significativamente para o sucesso do modelo original. Embora muitos detalhes sobre a tecnologia interna ainda sejam desconhecidos, espera-se que a gigante japonesa apresente todas as especificações durante sua transmissão ao vivo, chamada Nintendo Direct, agendada para o dia 2 de abril.
Através de diversos vazamentos, muitos dos quais agora parecem ter se confirmado, rumores acerca das capacidades do Switch 2 circulam há algum tempo. A dúvida persiste: será que ele terá desempenho equivalente ao PlayStation 4 Pro? Manterá ou melhorará os controles de movimento e giroscópicos do Switch original? Os novos Joy-Con destacáveis poderão ser utilizados como um mouse de PC em jogos de tiro em primeira pessoa? Neste momento, a resposta mais adequada é um simples "talvez".
Entretanto, no universo da Nintendo, tudo se resume aos jogos. Independentemente de o Switch 2 trazer inovações marcantes como seu antecessor ou até mesmo como o Wii, existe uma confiança inerente de que uma nova geração de hardware da Nintendo trará consigo alguns dos títulos mais bem elaborados da sua época.
A janela de lançamento é um componente crucial na estratégia da Nintendo. Muitos dos jogos lançados simultaneamente com novos consoles tornaram-se clássicos absolutos. Títulos como Super Mario 64 (1996), Wii Sports (2006) e The Legend of Zelda: Breath of the Wild (2017) não apenas apresentaram ao público as potencialidades dos sistemas, mas também estabeleceram um padrão para os lançamentos subsequentes.
Atualmente, ainda não se sabe quais serão os anúncios iniciais dos jogos. O vídeo de revelação apresentou uma rápida visão do que parece ser um novo jogo da série Mario Kart — que especialistas da internet já analisaram e conjecturaram que a nova edição pode finalmente oferecer corridas com até 24 jogadores e importantes redesigns de personagens. Se realmente for uma nova versão, será a primeira desde Mario Kart 8 em 2014, que recebeu uma atualização Deluxe para o Switch em 2017.
Além do enigmático novo título de Mario Kart, apenas alguns poucos jogos são conhecidos por estarem em desenvolvimento. O mais destacado deles é Metroid Prime 4: Beyond, anunciado originalmente em 2017 antes de ser totalmente refeito e reiniciado em 2019 sob a supervisão da Retro Studios, responsável pela trilogia original Metroid Prime. Contudo, após tantos anos sem novidades concretas sobre esse título tão aguardado, é difícil prever se ele estará pronto para o lançamento do novo console — ou mesmo se será lançado algum dia.
Diante disso, a Nintendo possui diversas direções possíveis para moldar seu portfólio de conteúdos no Switch 2. Desde corrigir erros do passado até reinventar suas franquias mais icônicas, existem muitas expectativas sobre o que pode ser trazido à nova plataforma da gigante japonesa.
Um Novo Jogo 3D de 'Mario'
Este é um dado certo, embora permaneça o fato de que nem todo console da Nintendo chega com um jogo principal de Mario. Enquanto os três primeiros consoles — NES, Super Nintendo e Nintendo 64 — foram lançados com um título principal de Mario para iniciar sua geração, sistemas como o GameCube, Wii e até mesmo o Switch anterior deixaram os jogadores esperando meses para que o encanador bigodudo deixasse sua marca com um grande novo lançamento.
Super Mario Odyssey, lançado em 2017, foi o último verdadeiro jogo 3D da franquia, e enquanto o intervalo de oito anos foi preenchido com alguns audaciosos jogos de plataforma 2D e inúmeros trabalhos paralelos focados em esportes para o personagem, o vazio deixado é evidente. Enquanto empresas como a Sony retornaram à tendência de mascotes com jogos como Astro Bot (2024), parece que a Nintendo já está bem atrasada para retomar seu protagonismo.
E enquanto sequências podem ser boas (Super Mario Galaxy 2 de 2009 é facilmente melhor que o primeiro), a Nintendo deve ter cuidado para não depender demais de repetir o passado, especialmente dado o retorno morno ao próprio anúncio do Switch 2, que alguns acusaram de estar sendo "muito seguro". Com uma ideia inovadora e gráficos à altura de qualquer coisa desta década, um novo jogo 3D de Mario seria um acerto certo. Não se trata de "se", mas sim de "quando".
Sequências de Franquias Paradas Como F-Zero
Para todas as franquias que estão prosperando como Mario, Metroid e Zelda, há um verdadeiro cemitério repleto de franquias da Nintendo que já estão praticamente esquecidas. Embora os primeiros anos da empresa tenham sido marcados por uma grande quantidade de novos títulos — eles praticamente publicavam qualquer ideia que surgisse durante a era do NES — a maioria dos jogos que representaram a marca durante suas primeiras duas décadas quase não são lembrados hoje.
Séries como o atirador espacial Star Fox, o jogo de corrida sci-fi F-Zero e o simulador de boxe Punch-Out podem até ter visto suas sequências por aqui e ali, mas na maioria das vezes foram deixadas para os wikis da história. A Nintendo moderna tem sido mais cautelosa quando se trata de continuar o desenvolvimento de séries que não foram grandes sucessos com os lançamentos subsequentes, e algumas, como F-Zero, até foram consideradas impossíveis de reinventar, com alguns designers afirmando que não há uma maneira significativa de evoluir os conceitos.
Mas isso é meio que balela. Nenhum desenvolvedor na indústria é tão bom em reinventar conceitos aparentemente desgastados quanto a Nintendo. E com alguns desses jogos ausentes há mais de duas décadas, há gerações inteiras de jogadores que ficariam impressionados até mesmo com um remake fiel de um clássico inovador, que atualmente não tem pares. Também é verdade que a Nintendo atual está bastante inclinada a retornar com uma série de remasterizações e relançamentos de luxo que compõem uma grande parte das bibliotecas do Wii U e Switch. Então, Nintendo, se você está ouvindo — faça a coisa certa e traga de volta alguns dos melhores jogos já feitos que foram deixados para trás (novamente, estamos falando de F-Zero).
Ideias Profundamente Estranhas que Parecem Novas
Houve uma época em que cada console da Nintendo não apenas entregava reinterpretações inovadoras das séries mais queridas da marca, mas também servia como um campo de testes para conceitos bizarros que, sinceramente, não deveriam ter funcionado. No GameCube, esse jogo foi Pikmin (2001), um sonho febril de um jogo de estratégia onde os jogadores controlavam um capitão espacial do tamanho de uma moeda comandando uma tropa de criaturas vegetais sencientes em um mundo alienígena hostil. No Wii U, foi Splatoon (2015), que levou a Nintendo a território desconhecido com um jogo de tiro online jogador contra jogador estrelado por crianças lulas que podiam desaparecer em sua própria tinta.
E embora a Nintendo adore a iteração, seria injusto dizer que eles perderam esse brilho excêntrico. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (2023) transformou o jogo de aventura em um jogo de construção baseado em física como Minecraft, e Super Mario Bros. Wonder (2023) transformou o jogo de plataforma 2D em uma viagem psicodélica ao estilo Alice no País das Maravilhas. Mas, além de tornar bons jogos mais estranhos, já faz quase uma década desde que a Nintendo introduziu uma proposta totalmente nova.
Em uma entrevista à Rolling Stone no verão passado, o produtor de Mario Takashi Tezuka disse que o futuro da empresa está sendo moldado por uma nova geração de mentes criativas que veem as coisas de forma diferente do antigo guarda. Já é hora de a liderança da Nintendo, guiada pelo guru Shigeru Miyamoto, olhar profundamente para suas próprias psíquicas e transformar o hobby pessoal relativamente normal de alguém na próxima grande franquia de videogames.
Boas Versões de Jogos Não-Nintendo
Desde o lançamento do Wii em 2006, a Nintendo manteve firme a ideia de que não precisa necessariamente competir com o poder tecnológico de seus pares, Sony e Microsoft. Com cada ciclo subsequente de consoles, a empresa optou por produzir dispositivos mais fora da caixa, voltados para uma ideia específica, como o jogo de tela dupla ou o design híbrido e portátil do Switch 2. Mas isso vem com limitações, geralmente deixando os sistemas com potência de hardware de anos atrás.
No passado, isso também significava ser deixado para trás pelos desenvolvedores de terceiros que estavam em busca das últimas tendências e do máximo potencial de hardware existente. E enquanto o primeiro Switch viu muitos parceiros retornarem com lançamentos multiplataforma, a maioria dos jogos exigia grandes concessões para funcionar adequadamente no dispositivo compacto. Muitos memes surgiram ao redor dos ports do Switch de jogos como Mortal Kombat 1, que rodavam de forma tão ruim e pareciam tão feios que poderiam até ter sido melhores se nunca tivessem existido.
No entanto, em 2025, as coisas são diferentes. Os saltos tecnológicos desaceleraram até certo ponto, e os jogos desenvolvidos para plataformas como PlayStation 5 e Xbox Series X não parecem ou soam muito melhores do que jogos de até 10 anos atrás. Na verdade, até mesmo anos após seus ciclos de vida, ainda há muitos jogos sendo produzidos que rodam tanto no PS4 quanto no PS5, com diferenças mínimas. Se os rumores de que o Switch 2 é tão poderoso quanto um PlayStation 4 (ou até mesmo um PS4 Pro quando acoplado) forem verdadeiros, parece razoável que jogos de terceiros como Marvel Rivals possam ser portados para o Nintendo sem muito sacrifício no processo.
Aparatos Tecnológicos que Abrem Novos Tipos de Experiências
Ninguém faz um truque ridículo tão atraente quanto a Nintendo. Na busca para tornar os jogos mais imersivos, acessíveis e atraentes para pessoas que preferem não usar apenas um controle padrão, a empresa sempre testou novos conceitos (e às vezes a paciência dos jogadores) com criações inovadoras que a destacam, antes de, eventualmente, se tornarem a norma. No passado, eles popularizaram conceitos como movimento com joystick analógico, feedback vibracional e rumble, e claro, controles de movimento. E enquanto o Switch 2 não parece ter uma nova ideia revolucionária para explorar, pode haver algumas surpresas no caminho.
Um grande rumor circulando online é que os controladores Joy-Con revisados para o Switch 2 não terão apenas controles giroscópicos ou um acelerômetro, mas poderão ter a capacidade de ser usados como um mouse de PC, como os mouses modernos. Inicialmente considerado uma suposição, o vídeo de revelação do console publicado nesta semana aparentemente confirma o rumor com uma rápida visão das portas do Joy-Con do Switch 2, onde muitos estão afirmando que há uma luz óptica, assim como em qualquer mouse moderno. Junte isso ao fato de que o vídeo também mostra os controladores deslizando de cabeça para baixo sobre uma superfície, e a teoria começa a ganhar mais credibilidade.
Mas para que serve um mouse em um console doméstico ou portátil como o Switch 2? Bem, nos termos mais óbvios, poderia ser usado para jogar gêneros antes centrados no PC, como jogos de estratégia em tempo real e mais jogos competitivos de tiro em primeira pessoa. Mas além disso, oferece à Nintendo o potencial de trazer de volta um de seus jogos mais estranhos até hoje: Mario Paint. Para quem se lembra, Mario Paint foi um título do SNES de 1992 que era exatamente o que o nome diz e muito mais: um jogo de criação artística que usava um mouse periférico para permitir que os jogadores expressassem seu Picasso interior. Com edição de gráficos, animação simples e até composição musical, Mario Paint foi um conceito bem à frente de seu tempo, chegando anos antes de Roblox ou Minecraft, mas se encaixa perfeitamente com o público de hoje, acostumado ao mundo da criação de conteúdo.
Se o mouse Joy-Con for real, pode abrir o Switch 2 para um mundo totalmente novo de funcionalidades para um console doméstico. É uma oportunidade para a Nintendo — e para os próprios jogadores — serem suas versões mais excêntricas.