Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Ana Carolina fala com exclusividade sobre homenagem a Cássia Eller

Cantora conta sobre a turnê ‘Ana Canta Cássia’, que diz ser uma ‘declaração de amor’

31 jan 2023 - 15h41
Compartilhar
Exibir comentários
Claudemir de Santi Alves/Divulgação
Claudemir de Santi Alves/Divulgação
Foto:

Quando resolveu prestar homenagem a Cássia Eller, a quem considera uma de suas principais influências, Ana Carolina se debruçou sobre o repertório da cantora falecida em 2001 e montado um quebra-cabeças que não fosse apenas de interpretação de hits. Ela quis contar uma história, desenvolvida em cinco atos e que representasse uma simbiose musical entre as duas. O show vem correndo o Brasil e a apresentação em São Paulo, no Teatro Bradesco, já está disponível no YouTube para quem não teve oportunidade ao vivo e quiser conferir.

Na entrevista que concedeu, Ana Carolina conta sobre o processo e revela algumas curiosidades dos encontros que tiveram.

Você descobriu a Cássia Eller aos 16 anos, segundo relata. Começou a cantar aos 18. Qual foi a importância dela na sua decisão de viver na e para a música?

Foi fundamental! Costumo brincar que sou fã de camiseta, mas isso é real. Eu ainda morava em Juiz de Fora, era uma adolescente descobrindo meu lugar no mundo e na música, quando ouvi a voz da Cássia pela primeira vez. Foi impactante! Sobretudo nos primeiros anos de carreira, a  Cássia me influenciou demais, tanto na musicalidade, como em toda a minha vida. A voz, a personalidade... até o jeito de se portar no palco, como tratar de assuntos publicamente sem se preocupar com o que os outros achavam, sempre com uma postura libertária. Acho que me inspirei bastante nela pra ser a artista que sou hoje.

O que mais te impressiona ou agrada na Cássia Eller, já que a personalidade, assinatura e demais características dela são tão grandes quanto sua persona artística?

Cássia foi uma mulher que se expressava como queria, sem medo de julgamentos, e eu acho isso lindo. Pra mim, ela foi uma mulher forte, libertária, à frente do seu tempo. Imagina uma mulher nos anos 1990 falar abertamente da sexualidade com imensa naturalidade, ao mesmo tempo em que não banaliza a questão? Me lembro de vê-la em situações públicas e pensar: ela me representa!

Ela era bastante prolífica, apesar de ter tido carreira curta, encerrada precocemente - em 2001, aos 39 anos. Entre as mais de 330 canções registradas, como você definiu o set-list?

Com certeza foi a missão mais difícil dessa turnê! O processo, claro, começou em ouvir o máximo do repertório da Cássia e entender onde nossos DNAs se conectam. Engraçado que eu já conhecia todas as músicas e letras, mas algumas voltaram para mim totalmente ressignificadas. Foi um processo muito bonito.

É claro que o set list precisava ter os grandes hits da Cássia, mas também acrescentei algumas músicas que fizessem sentido pra mim, como "Maluca", um lado B e até hoje uma das minhas canções favoritas dela. E também quis explorar vertentes dela com as quais me identifico, como o samba.

Por que a homenagem veio apenas agora, mais de 20 anos após a morte dela?

Eu falo pras pessoas que sou muito fã e isso responde um pouco sua pergunta. Nesse lugar que sempre me coloquei em relação a ela, sempre tive um desejo íntimo de fazer  uma turnê dessa natureza, mas nunca sequer imaginei que fosse possível... 

Foi aí que surgiu um convite da Opus, que gerencia minha carreira. Eles chegaram com a ideia de projeto e me perguntaram se eu aceitaria fazer. No começo eu senti até um certo receio, mas não tinha como dizer não pra esse sonho.

Como foi a concepção do espetáculo?

Ele foi pensando em módulos que falam das fases e os gêneros explorados pela Cássia. Mas o processo foi anterior a isso, como falei. Ouvi à exaustão boa parte das músicas pra chegar num repertório coeso e que, ao mesmo tempo, tivesse uma conexão entre a musicalidade dela e a minha. Eu não queria um show de covers. Queria uma homenagem respeitosa de uma fã, celebrando uma artista genial, mas numa sonoridade que fizesse sentido pra nós duas.

Como a turnê chegou ao ‘Teatro Bradesco Apresenta’?

Chegou também por meio da Opus. Apesar de viajarmos muito com a turnê, esse formato via internet vai permitir que um público muito maior tenha acesso a parte das músicas que fazemos em ‘Ana Canta Cássia’. Fico feliz em conseguir democratizar o projeto ainda mais.

Que curiosidade ou fato inusitado pode contar sobre?

Isso eu conto no show e é, de fato, inusitado. Ao mesmo tempo que diz muito da gratidão que sinto por Cássia Eller. Eu a conheci no primeiro show profissional que fiz no Rio de Janeiro, por meio de uma amiga comum. E a Cássia generosamente abriu sua casa para nos hospedar, já que nem tínhamos onde ficar. Ela já era Cássia Eller e não precisava fazer isso. E mesmo assim fez.

Naquela estadia falamos sobre roadie, que eu nem sabia que existia (risos). Pois ela pagou de surpresa o roadie dela,o Batata, pra me auxiliar nesse primeiro show. Levei um susto, mas fiquei muito tocada com tamanha generosidade. Ela fazia isso naturalmente. E, claro, estava na plateia vendo esse show.

Imagina eu, completamente fã, tendo que lidar com tudo isso? Foi lindo demais. Por isso que essa turnê é minha declaração de amor por essa mulher que sempre foi tão generosa comigo.

Cucamonga
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade