Apresentador da Record derrota empresária que exigia 30% de seu salário e rompe "contrato abusivo"
Guipa, apresentador da Record, impôs uma derrota à empresária que exigia 30% de seu salário; Roberta Nuñez Maia terá que pagar as custas processuais
Chegou ao fim o período de tormenta para o apresentador Guilherme Torrigo Pallesi, mais conhecido como Guipa. Ele acaba de derrotar na Justiça a empresária Roberta Nuñez Maia, dona da agência Puro Glamour, a quem acusava de ser omissa em suas funções por nunca ter viabilizado para ele nenhum trabalho publicitário ao longo de dois anos e também por praticar abusos contratuais, como a exigência de que ele repassasse a ela 30% de seu salário como apresentador da Record.
A juíza Fabiana Tsuchiya, da 7ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, acatou as alegações do apresentador da Record e ainda deu uma leve bronca na empresária, já que ela e seus advogados simplesmente ignoraram o prazo estipulado pela Justiça para protocolarem a defesa e entregaram suas alegações quase um mês após a data limite.
Só para se ter uma noção, Roberta e seus advogados entraram no processo de forma espontânea em 15 de outubro do ano passado, tomando conhecimento da ação e sendo automaticamente considerados "notificados" pela Justiça da existência da ação movida por Guipa. A publicação da citação ocorreu no dia 24 do mesmo mês, e a partir desta data eles teriam mais 15 dias úteis para apresentarem a defesa. O prazo vencia em 18 de novembro, mas só em 11 de dezembro eles se deram o trabalho de contestar as alegações do apresentador da Record. E isso pesou na decisão para que a empresária fosse derrotada.
Mas não foi somente por este motivo. No entendimento da juíza, Guipa conseguiu comprovar que vinha sofrendo abusos contratuais por parte de Roberta, e que ela não cumpriu com sua parte do acordo que firmaram em 2023. A tal empresária, segundo o apresentador, nunca atuou como tal e ainda queria usufruir de conquistas financeiras que obteve por trabalhos que ele conquistou por conta própria, sem qualquer atuação desta mulher.
"Os documentos juntados com a inicial comprovam a relação jurídica noticiada, bem como os fatos alegados demonstram a inércia da ré no cumprimento da obrigação, o que não foi impugnado. Assim, declaro rescindido o contrato de prestação de serviços firmado entre as partes sem onerosidade. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil, para o fim de declarar rescindido o contrato firmado entre as partes", decretou a juíza.
Com a vitória, Guipa conseguiu o que queria: se livrar do vínculo com a agência de Roberta e não ter mais nenhuma obrigação de repassar qualquer valor em dinheiro para ela. Já a empresária, além de perder o cliente, ainda foi condenada a pagar os honorários dos advogados do apresentador.
Em breve conversa com a coluna, Guipa comemorou a vitória, mas está ciente de que sua ex-empresária ainda pode tentar dificultar sua vida na Justiça. "Meus advogados me informaram que vencemos a primeira parte do processo, porém ainda há possibilidade de recursos, então vamos aguardar e continuar torcendo para justiça ser feita", disse o apresentador.
Também procuramos por WhatsApp o advogado de Roberta Nuñez Maia, mas não recebemos nenhuma resposta até a publicação deste texto. Atualizaremos caso venham se manifestar.
RELEMBRE O CASO
O apresentador da Record assinou um contrato com a agência Puro Glamour, que pertence a Roberta Nuñez Maia, em 2023, no qual a empresa se comprometia a buscar oportunidades na publicidade e participações em programas de TV com cachê, (como reality shows) com a contrapartida de que ele repassasse à agente um percentual em caráter de comissão sobre os valores de trabalhos que viesse a realizar. Porém, segundo ele, a aplicação tem sido abusiva, além de acusar a ex-agente de ser omissa. A começar pelo fato de afirmar que esta mulher nunca trouxe para ele nenhuma oportunidade comercial em quase dois anos de parceria e nunca executou os trabalhos de assessoria de imprensa prometidos no acordo. Mas ela passou a exigir que ele repasse mensalmente a quantia de 30% de seu salário na Record.
Em quase dois anos de contrato, a assessora de Guipa firmou apenas um projeto para ele: sua participação em A Grande Conquista 2. Ele, inclusive, repassou 30% do cachê que recebeu da emissora de Edir Macedo. Isso estava dentro do acordo e o jornalista até anexou ao processo os comprovantes de transferência dos valores.
Ao deixar o confinamento, o ex-participante ganhou uma vaga como apresentador do Link Sport Club Podcast, um projeto da Record para a internet, no qual ele comanda lives diárias nas plataformas digitais da emissora. Guipa já tinha experiência na área antes de entrar no reality, e a emissora apostou em seu carisma para colocá-lo à frente do projeto, focado na cobertura do universo do Futebol.
Com o contrato de agenciamento artístico ainda em vigência, Roberta Nunes Maia tentou tirar 30% do salário de Guipa. E foi este o motivo da discórdia. No entendimento do jornalista, o contrato assinado com a tal empresária dizia respeito a trabalhos na publicidade ou participações em programas com cachês. Agora, ele está com um emprego. E, para ele, seu salário de funcionário não deve ser fatiado.
É importante pontuar que para o trabalho de apresentador de podcast na Record ele tem um salário de R$ 10 mil. Roberta estaria exigindo que ele repassasse mensalmente a ela a quantia de R$ 3 mil. Por considerar a prática descabida, abusiva e desvirtuada do acordo assinado lá em 2023, ele entrou na Justiça pedindo a rescisão de seu contrato de agenciamento artístico. Guipa ainda alegou que seus superiores na Record não reconhecem qualquer vínculo empregatício com esta mulher.