Curta espanhol vencedor do Goya emociona com lição de amor
A relação de amizade entre a pequena María e seu colega de orfanato Nicolás, portador de paralisia cerebral, é o fio condutor do curta-metragem espanhol Cuerdas, vencedor do Prêmio Goya na categoria ‘Melhor Curta-metragem de Animação’. A história, escrita e dirigida por Pedro Solís García, é inspirada na relação de amor e carinho construída entre os filhos do próprio diretor: a filha dele, Alejandra, tem uma ligação especial com o irmão, Nicolás, que possui uma diversidade funcional que o impede de andar e falar.
O curta-metragem mostra de maneira sutil e tocante como se dá a aproximação entre María e seu novo colega de turma, Nicolás. A menina, ao contrário dos demais colegas, que preferem manter distância do recém-chegado, logo se aproxima e passa a inclui-lo em todas as brincadeiras, fazendo as adaptações necessárias para que o amigo também possa se divertir. Juntos, María e Nicolás pulam corda, jogam bola, leem livros e empinam pipa.
A sensibilidade com que a história é contada faz de Cuerdas um filme tanto para adultos quanto para crianças e vem arrebatando corações por onde é exibido. As lições e os valores passados são universais: amizade, amor ao próximo, respeito às diferenças.
Segundo o depoimento do diretor de Cuerdas publicado no site oficial do curta (http://cuerdasshort.com), o tema surgiu há dois anos, quando Solís Gracía ouviu uma música que o fez imaginar a história do início ao fim. Empolgado, ele logo contou a sua esposa:
- Lola, ocorreu-me criar um novo curta-metragem!
- Ah, não, por favor, de novo não!
- Espere, eu vou te contar como é (...)
- Tudo bem! Você tem que fazê-lo!
Com o incentivo da mulher, Solís García, que já havia dirigido outro curta, La Bruxa, começou a escrever o roteiro. Procurou transmitir toda a inocência e a pureza da relação pelos olhos de uma menina.
Cuerdas foi o vencedor do prêmio Goya 2014 (Espanha) para Melhor Curta de Animação Espanhol. O diretor havia recebido antes um Goya por La Bruxa, em 2011.
Curta La Bruxa colocou diretor em evidência
O primeiro curta-metragem de Solís García como diretor e roteirista chama-se La Bruxa e, além do Goya, recebeu outros grandes prêmios. Narra a história desesperada de uma velha bruxa em busca de seu príncipe encantado. “É um conto de advertência que diz que você tem de ter cuidado com o que você quer, pois você pode conseguir”, relata o premiado diretor.
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