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Axé 30 Anos: quais coreografias você dançou mais?

Sucesso em todo o País, o ritmo baiano deixou uma grande lista de danças inesquecíveis

12 jun 2015 - 09h00
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O ano era 1985. Luiz Caldas estourou com seu “Fricote”. Estava lançado o axé, ritmo que dominaria as rádios, festas e carnavais em todo o Brasil, especialmente na década de 1990, dando origem a ritmos mais moderninhos, como o arrocha.

Encontro de gerações: Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Daniela Mercury e Margareth Menezes se encontram em programa de TV para comemorar os 30 anos do axé
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Foto: Zé Paulo Cardeal / Globo

Em 1987, Sarajane foi uma das primeiras a inspirar coreografias nas multidões com “A Roda”, cujo refrão é o imortal “abre a rodinha por favor”. A Banda Cheiro de Amor, que tinha Marcia Freire como vocalista, também decide incluir a novidade nos seus álbuns.

“Toda música do tipo axé possui uma coreografia com movimentos exclusivos que pode até variar de uma região para outra”, ensina o professor Wagner Alvarenga, diretor do Estúdio Miosótis, em São Paulo. “O que não pode é dançar a coreografia de uma música em outra, facilitando assim, o aprendizado”, destaca.

Ainda em 1987, o jornalista e crítico de música Hagamenon Brito cria o termo “axé music” e os artistas passam a usá-lo. Enquanto isso, Margareth Menezes ganhava espaço com seu “Faraó”. Então, surgiram Asa de Águia, Banda Beijo, Timbalada e Banda Eva, que revelou Daniela Mercury.

De Daniela não foi possível escapar do seu “Swing da Cor”, hit que se espalhou pelo País em 1991, abrindo caminho para “O Canto da Cidade”, de 1992. “Além da alegria, dançar estas músicas levanta a auto-estima”, diz Alvarenga.

O batuque da Timbala conquistou os brasileiros com o romantismo de seu “Beija Flor” de 1993. No mesmo ano, também foi a vez de “Requebra”, do Olodum. No ano seguinte, o Ara Ketu teria todos os motivos para achar que tudo estava “Bom Demais”.

O axé depois do tchan

Certamente, 1995 merece um capítulo especial na história do axé, pois marca o lançamento de “Na boquinha da garrafa” e “Melô do Tchan”, com o Gera Samba (que hoje se chama É o Tchan). O grupo revelou a dançarina Carla Perez, que logo se tornou a professora de dança das multidões, já que em seus shows (e mesmo fora deles) o público repetia todas as coreografias - de alto teor erótico.

Em relação ao “tchan”, o professor tem uma explicação mais técnica. “O axé trabalha principalmente os membros inferiores, como pernas, glúteos e panturrilha. Mas também exige um pouco dos braços e do abdômen por causa dos movimentos”.

1995 também foi o ano em que Michael Jackson veio ao Brasil para a gravação do clipe “They don’t care about us” no Pelourinho, contando ainda com a participação do Olodum, o que deu projeção internacional ao movimento artístico baiano.

“Milla” de Netinho – que havia deixado a Banda Beijo – invadiu as rádios, festas e programas de TV no ano seguinte. É difícil encontrar alguém que não tenha decorado a letra da música. Afinal, foram pelo menos “mil e uma noites” as vezes que ouvimos “na praia, num barco, no farol apagado, num moinho abandonado”...

1997 trouxe “Vai sacudir, vai abalar”, da Banda Cheiro de Amor, “Eva”, da Banda Eva, e “Liberar Geral”, do Terra Samba. O ano seguinte (1998) foi o da dança da “Manivela”, do Asa de Águia. E a velocidade começou a acelerar.

Alvarenga diz que a vantagem do axé é que boa parte das músicas são bem rápidas o que contribui para a queima de calorias. “Além de se divertir, melhorar a flexibilidade e a coordenação motora, ganhamos ritmo e agilidade”.

Em 1999, Ivete Sangalo decide seguir carreira solo, colocando um pé no axé e outro na MPB. Mas mesmo assim emplaca “Canibal”. Mostrando fôlego às vésperas dos quinze anos, o axé music também lançou Harmonia do Samba, com o hit “Vem Neném” e “As Meninas”, com “Xibom Bombom”. Segundo o professor, o aumento da capacidade cardiovascular e a definição de músculos passaram a ser benefícios da dança desta época.

Alvarenga confirma ainda que o ápice da procura por aulas de axé foi no início da década 1990 e seu declínio ocorreu nos anos 2000. “Isto foi causado, de certo modo, pela crise do sistema fonográfico, que também afetou outros gêneros, inclusive a dança”, contextualiza ele.

Em crise, 2001 foi quando surgiu a última grande banda, a Babado Novo, com Claudia Leitte no vocal. Desde então, o axé perdeu sua força com a emergência do sertanejo, forró e funk. E passou a influenciar o surgimento de novos ritmos, como o arrocha.

Com um certo saudosismo, Alvarenga lembra que as danças do axé eram um fenômeno que envolvia jovens e adultos. “As músicas e as coreografias eram simples e divertidas. Tudo fácil de decorar”, lembra ele que, agora, é “ex-professor de axé” – já que a moda passou e os alunos não se interessam mais por aulas do ritmo baiano, substituído em muitas escolas por modalidades como a zumba.

Aos 30 anos, o axé, no entanto, continua reinando no Carnaval de Salvador, um dos mais tradicionais do país e onde, é claro, ele nasceu.

Para quem quer entrar no embalo dessa festa, Alvarenga faz uma lista das doze danças inesquecíveis do axé:

Dança da Manivela – Asa de Águia

Dança da Cordinha – É o Tchan!

Bambolê – É o Tchan!

Olha a onda – Tchakabum

Na Boquinha da Garrafa – É o Tchan!

Psiu, Psiu – Companhia do Pagode

Melô do Tchan – É o Tchan!

Bomba - Braga Boys

Canibal – Ivete Sangalo

Explosão – Tchakabum

Requebra – Olodum

Dança do Vampiro – Asa de Águia

Fonte: Cross Content
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