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“Balé da Cidade é a cara de São Paulo”, diz Iracity Cardoso

Diretora artística da companhia fala sobre o passado, o presente e o futuro do grupo

8 abr 2015 - 09h00
(atualizado às 13h05)
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<p>Cena de Cantata, do coreógrafo italiano Mauro Bigonzetti, que retrata a emotividade do povo do sul da Itália</p>
Cena de Cantata, do coreógrafo italiano Mauro Bigonzetti, que retrata a emotividade do povo do sul da Itália
Foto: Sylvia Masini / Divulgação

Dança é mesmo a ‘arte do movimento’. Aos 47 anos, o Balé da Cidade de São Paulo (BCSP) é a prova viva e dançante de que não se deve parar nunca.

Depois de uma temporada de 33 anos trabalhando em outras companhias, Iracity Cardoso fez, em 2013, um retorno triunfal ao balé que ajudou a revolucionar, a manter atuante e, no mais recente desafio, a se reinventar. Em entrevista ao Terra, a diretora artística relembra grandes momentos e atualiza a agenda de 2015.

Nesta semana, o BCSP adiciona tempero baiano após se apresentar no Vivadança, em Salvador, no dia 10. Em maio, depois de um jejum de 12 anos, a companhia volta ao Rio de Janeiro a convite do 'Festival O Boticário na Dança'. Recife e Natal também estão no roteiro deste ano.

Na Temporada 2015, o BCSP será visto menos vezes em casa. “Há uma orientação para um espaço maior para óperas. E participaremos de algumas. Mas, nossa produção está a todo vapor”, explica a diretora artística da companhia. “Fazemos levantamentos de espetáculos antigos do repertório e, além das nossas seis estreias deste ano, teremos dois novos projetos: o “Dançographismus”, que será apresentado na Galeria Olido, e um trabalho que deve estrear até novembro com o grupo espanhol La Fura dels Baus”, antecipa Iracity. 

Apesar de ser um corpo estável do Theatro Municipal de São Paulo, o BSCP se apresenta em teatros municipais, em Centros Educacionais Unificados (CEUs) e em outros espaços da cidade com seu programa didático de dança.

O BCSP nasceu em 1968 como um corpo de balé clássico e neoclássico. Segundo Iracity, houve uma grande “revolução” em 1974 fazendo dele uma companhia de dança moderna. Hoje, ele tem a dança contemporânea como estilo e na sua história diversos momentos de glória e dificuldades. “É um sobrevivente. Quando voltei, encontrei uma transformação. São quase três gerações dançando juntas. O Balé é a cara de São Paulo”, define a diretora artística, exaltando ainda a diversidade e a grandiosidade que a companhia representa.

Atualmente, o Balé da Cidade possui um repertório de obras de coreógrafos nacionais e internacionais incomparável no País. Excursionou por diversos países e mantém um elenco com 34 bailarinos. E ainda há muito a fazer. “Ocupamos a sede provisória desde 1976, na rua João Passalacqua. Nosso prédio está pronto, mas falta sair a licitação do ‘recheio’, o acabamento interno. Lá, o Balé, os corais Lírico e Paulistano e a Orquestra Sinfônica terão amplas salas para ensaio. Hoje há uma disputa de espaço porque temos que ensaiar no palco do teatro”, conta Iracity demonstrando urgência. Pelo visto, o Balé também alimenta o sonho da casa própria.

“Uneven”, “O Balcão de Amor” e “Cantata”

10 de abril, às 21h

9º Festival Internacional Vivadança 

Teatro Castro Alves, Salvador (BA)

“Dançographismus II”

30 de abril, 1º e 2 de maio, às 20h

3 de maio, às 19h

Galeria Olido - Sala Paissandu

“Cantata” e “Cacti”

10 de maio, às 20h

Festival O Boticário na Dança

Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Fonte: Cross Content
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