A movimentação cuidadosamente dirigida pelo coreógrafo Maurício de Oliveira volta a ser distorcida pelas máscaras de Duda Paiva usadas pelos bailarinos. Desta vez, a dupla de criadores questiona os ideais de beleza em “Albedo”, que estreia no Teatro Sergio Cardoso, em São Paulo.
Uma referência especial e invisível que surge no trabalho é a personagem Dom Quixote, criada no século XVII pelo escritor espanhol Cervantes. Como no clássico, o tema do espetáculo navega entre aspectos reais e imaginários que fazem com que cada sociedade em cada momento histórico persiga o belo.
As máscaras também têm um papel importante no espetáculo, o de fazer o espectador perceber o limite tênue que existe entre a beleza e a feiura.
No espetáculo “Albedo”, a Companhia de Dança Siameses discute a transitoriedade do conceito de beleza que muda com o tempo e com o lugar
Foto: Silvia Machado / Divulgação
A companhia Siameses também questiona os limites entre teatro e dança, duas linguagens artísticas que ora se dividem e ora se fundem
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Duda Paiva é o idealizador das máscaras usadas pelos bailarinos que vão dando espaço para a feiúra entrar em cena
Foto: Silvia Machado / Divulgação
As máscaras têm alta potência dramática, fazendo o público se confundir e achar que a expressão do objeto é uma legítima expressão “facial”
Foto: Silvia Machado / Divulgação
Maurício de Oliveira usa seu amplo repertório em suas coreografias. Além de seu próprio grupo, ele já criou para o Balé da Cidade de São Paulo, Balé do Teatro Castro Alves, Distrito Companhia de Dança, São Paulo Companhia de
Dança, entre outras
Foto: Silvia Machado / Divulgação
As máscaras são muito expressivas e se encaixam perfeitamente nos corpos dos bailarinos
Foto: Silvia Machado / Divulgação
As máscaras usadas pelos bailarinos têm um papel importante no espetáculo, o de fazer o espectador perceber o limite tênue que existe entre a beleza e a feiura
Foto: Silvia Machado / Divulgação
Embora Dom Quixote seja uma referência invisível, olhando bem a gente percebe que ele está lá. Não só ele, mas também o seu cavalo Rocinante e sua amada Dulcineia
Foto: Silvia Machado / Divulgação
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Há dez anos, após uma longa e diversificada trajetória como bailarino no Brasil e no exterior, Maurício de Oliveira resolveu fundar, em São Paulo, sua própria companhia de dança, a Siameses. Sua parceira anterior com Duda Paiva foi em 2011 na peça “Objeto Gritante”. Paiva, que é radicado na Holanda, é especializado na confecção de bonecos e objetos cênicos. Usa uma técnica chamada de dividing the beat (ou, dividindo o ritmo) em que atores e bailarinos agem de forma autônoma, ou seja fazem a manipulação dos bonecos e objetos enquanto encenam, mas o resultado é uma fusão das duas ações.