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Dança das chacretes é destaque no musical “Chacrinha”

Depois de levar mais de 80 mil pessoas ao teatro no Rio de Janeiro, São Paulo recebe o “cassino” do Velho Guerreiro

27 mar 2015 - 09h00
(atualizado às 10h16)
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<p>Stepan Nercessian e suas chacretes em cena de Chacrinha, o Musical, que estreia em São Paulo</p><p> </p>
Stepan Nercessian e suas chacretes em cena de Chacrinha, o Musical, que estreia em São Paulo
Foto: Divulgação

Nesta sexta (27), o portal do túnel do tempo se abre novamente. O público que comparecer ao Teatro Alfa, em São Paulo, vai poder viver e reviver a alegria de acompanhar o divertido rebolado das chacretes, as dançarinas que fizeram uma verdadeira revolução na TV brasileira. Sucesso de público e de crítica, “Chacrinha, o Musical” traz nomes de peso no elenco e na ficha técnica. 

O enredo contempla a infância difícil em Surubim (PE) e o início da carreira do comunicador no rádio. Esta fase é interpretada por Leo Bahia. Já o auge da carreira, no comando dos programas de TV, é o desafio de Stepan Nercessian.

Para Nercessian, a história de Chacrinha está diretamente ligada à dança. O ator (e dançarino por acaso) chegou até a semifinal do concurso Dança dos Famosos. Conta que durante a montagem do espetáculo foi procurando um lugar confortável para que o Chacrinha criado por ele pudesse dar um espaço importante para as chacretes. “Se você pensa no Chacrinha, você pensa nas chacretes e pensa na dança. Tudo nele era música e dança”, resume o protagonista.

O musical marca a primeira incursão de Andrucha Waddington na direção teatral. Há três décadas dirigindo produções cinematográficas e de TV, Waddington diz que cinema e teatro partem do mesmo princípio, que é a dramaturgia. No caso de “Chacrinha”, a dramaturgia está baseada nas pesquisas de Carla Siqueira, com textos de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira. Gringo Cardia assina o cenário. Delia Fischer, a direção musical. O figurino de Claudia Kopke foi vencedor da edição carioca do Prêmio Shell de Teatro.

O espetáculo faz uma fidedigna recriação do programa de auditório “Cassino do Chacrinha”, sucesso na década de 1980. José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, foi o responsável por dar uma visibilidade à dança sem precedentes até então. Como tudo o que fez, também criou polêmicas. Suas assistentes de palco, as chacretes, foram diversas vezes protagonistas de situações escandalosas e, obviamente, contribuíam para elevar os índices de audiência do programa. A mais famosa delas foi Rita Cadillac. Ela também é um dos artistas homenageados no espetáculo.

“Nossa rotina era muito doida! Chegávamos entre 9h e 10h e começávamos a ensaiar as músicas que seriam apresentadas no dia. Tínhamos uma pausa para comer. Fazíamos a maquiagem e depois já era hora de gravar o programa” relembra Rita, em entrevista ao Terra. Após o fim do programa, ela prosseguiu em carreira solo como atriz, dançarina e cantora. “Chacrinha sempre dizia que a gente tinha que dançar e sorrir.”

Para Alonso Barros, coreógrafo e diretor de movimento do musical, Chacrinha revolucionou a comunicação de massa. “Ali começou tudo. As chacretes representaram uma revolução sexual dentro da televisão”, pontua Barros. “No teatro, quis colocar as chacretes com respeito. É claro que na movimentação explorei ao máximo a sensualidade e um pouquinho daquela cafonice da época. Mas ninguém consegue parar de olhar! Essa cafonice está ligada não só à estética daqueles anos, mas ao contexto político e social também”, analisa  o coreógrafo.

Barros tem uma longa trajetória coreografando para musicais nacionais e internacionais. E é o coreógrafo exclusivo do projeto “Uma Aventura Brasileira”, para o qual trabalhou na trilogia “Elis – A Musical”, “Se eu Fosse Você, o Musical” e “Chacrinha, o Musical”. Ele também ressalta que as chacretes ganharam na montagem um destaque especial. “Elas têm dois números, um que é da Rita Cadillac. Isso nunca existiu com o Chacrinha, ter um número só dela.”

Rita, que compareceu à temporada carioca, disse ter ficado muito emocionada e que se sentiu voltando ao palco. “Adorei! Amei! Chorei muito. O Stepan Nercessian está perfeito!” Para a ex-chacrete, a história de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira trouxe o Velho Guerreiro “bonito e polêmico exatamente como ele era”.

Quase três décadas depois do fim da era dos abacaxis e bacalhaus e dos bordões memoráveis de Chacrinha, as dançarinas de TV permanecem em programas de auditório dos principais canais televisivos. Rita considera que houve mudanças. “Mudou por causa da época. Se hoje ainda tivesse o programa do Chacrinha,  nós dançaríamos como as dançarinas de hoje dançam. Acho que naquela época tinha muito mais polêmica porque tinha repressão, ditadura e falso moralismo. Hoje pode tudo!”, resume.

Chacrinha, o Musical

Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo

Até 26 de julho

Quintas, às 21h; sextas, às 21h30; sábados, às 16h e 20h; e domingos, às19h

R$ 50,00 a R$ 180,00

Ingressos à venda na bilheteria do teatro ou pelo www.ingressorapido.com.br

Fonte: Cross Content
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