Dança pode ser “remédio natural” contra a depressão
Dançar pelo menos três vezes por semana pode ajudar a aliviar os sintomas da depressão e outras doenças degenerativas
O exercício físico é fundamental em nossa vida. Além de controlar o peso, a atividade corporal melhora a qualidade de vida e combate o sintoma de diversas doenças. Para quem busca uma modalidade que una todos os benefícios, a dança pode ser uma ótima opção.
Antes vista apenas como lazer, a dança conquistou espaço também por suas inúmeras vantagens para a saúde. Ela estimula a concentração, melhora o desempenho cognitivo, aprendizagem e memória, eleva a autoestima e regula o sono.
Além disso, dançar também pode beneficiar a condição mental dos praticantes. A atividade ajuda a melhorar a confiança, pois o dançarino aprende passos novos que muitas vezes são desafiadores. “Podemos melhorar nossa acurácia mental aprendendo algo novo, como a dança, estimulando a conectividade do cérebro, gerando, portanto, a necessidade de novas vias”, explica Renata Bataglin, psiquiatra e psicoterapeuta que atua em hospitais públicos e universidades de São Paulo.
A dança, assim como outras atividades físicas, acaba melhorando a qualidade de vida da pessoa, ajudando a afastar os sentimentos de isolamento característicos de quem pode sofrer de depressão. A atividade ao som da música contribui para o desenvolvimento intelectual e cognitivo, aliviando os sintomas da depressão e de outras doenças degenerativas, como o mal de Parkinson.
“Segundo uma pesquisa do Texas (EUA), dançar ou realizar outras atividades físicas pode reduzir em média de 30 a 40% dos sintomas depressivos se praticada com regularidade mínima de três vezes por semana por no mínimo 30 minutos”, explica Renata. De acordo com ela, é muito importante associar atividade física ao tratamento medicamentoso. “A dança adiciona outros benefícios por se tratar de algo mais lúdico que outras atividades físicas convencionais.”
Terceira idade
Para os idosos, a pratica desta atividade é excelente. Além de melhorar o equilíbrio físico e mental, amplia a socialização e pode ajudar a afastar a depressão. Segundo Renata Bataglin, dançar pode auxiliar a evitar o sentimento de isolamento de pessoas mais velhas que vivem sozinhas, por exemplo.
“De acordo do um estudo publicado no New England Journal of Medicine, a dança pode melhorar nossa memória e prevenir o desenvolvimento da demência à medida que envelhecemos”, comenta a psiquiatra. A prática dessa atividade ajuda manter o cérebro em plena atividade, melhorando a coordenação motora e a concentração, pois eleva a circulação cerebral em áreas “adormecidas”.
Esses estímulos aumentam as conexões neuronais, proporcionando ao idoso maiores habilidades no aprendizado, raciocínio e na memória. Assim, reduzem os sintomas depressivos e a ansiedade. “Nunca é tarde para começar a dançar”, ressalta Renata.