Fuerza Bruta e sua “balada” se despedem do Brasil
Temporada prorrogada de “Wayra” está chegando ao fim depois de fazer vibrar o público brasileiro em sessões sempre lotadas
Feito para dançar, o show “Wayra”, que mistura acrobacias, efeitos especiais, música e muita movimentação, está encerrando sua temporada no Brasil. Somente até o dia 21, o público vai poder sentir a “Fuerza Bruta” que não deixa ninguém ficar parado.
Sempre com sessões lotadas, a produtora T4F conseguiu segurar o grupo argentino por mais três semanas além do planejamento original. “Encontramos pessoas entusiasmadas, cheias de energia, com vontade de participar e se entregar. O sucesso da temporada se deve ao público brasileiro”, resume Fabio D’Aquila, um dos líderes da trupe.
Segundo D’Aquila, a plateia tem seu próprio momento no show. “Na cena do DJ entregamos o controle nas mãos do público que pode se expressar livremente”, afirma, explicando que o ator que representa um DJ não induz ninguém. “Ele apenas anima, como se desse um choque elétrico”, brinca.
A energia brasileira foi tão contagiante que eles decidiram contratar cinco homens e cinco mulheres em seleção realizada durante a temporada em São Paulo. Os artistas recém-recrutados devem integrar a companhia na próxima turnê pela China.
Arte em todos os lados
Repleto de efeitos especiais e de atores que surgem do alto, correm pelas cortinas, voam, cantam, dançam e fazem muita bagunça com papel picado, “Wayra” tem como destaque a cena da piscina com um fundo transparente, em que quatro mulheres dançam acima das cabeças das pessoas.
D’Aquila conta que a cena completa consumiu quase um ano de investigação. “A ideia inicial era ter mulheres dançando no ar sem os cabos e as pessoas poderiam tocar as ‘ninfas’”, revela. “É uma mistura de felicidade, inocência, sensualidade e poder”, define.
Outra cena de destaque é da personagem principal: um homem que corre. “É preciso muita preparação física, treinamento e sensibilidade”, diz Bruno López Aragon, um dos atores que se revezam no papel, confessando que é a cena que mais gosta de fazer.
Aragon, que está no elenco do Fuerza Bruta há seis anos, se sente um sortudo em poder trabalhar no que gosta de fazer. “É difícil ficar tanto tempo longe de casa. A equipe se torna uma segunda família”. Essa “família” a que ele se refere começou a ser formada nos anos 2000 em um grupo chamado De La Guardia.
D’Aquila e Diqui James resolveram fundar sua própria companhia teatral com Gaby Kerpel e Alejandro García, criando o espetáculo “Fuerza Bruta” que viria a se tornar o nome do grupo e uma marca forte no que se refere ao teatro pós-moderno.
“Trabalhamos no conceito desde o início”, diz D’Aquila. “Nós sentíamos a apatia do público nos teatros e pensamos que deveríamos adicionar rock neles”, diz o diretor geral.
A receita com certeza agrada. A administradora Claudineia de Souza interagiu o tempo todo, dançando, vibrando e fazendo registros do espetáculo com o celular. “Nunca tinha passado por algo parecido na minha vida. Achei maravilhoso”, diz ela, agradecendo aos amigos pelo convite.
Os publicitários Bruno Moreli e Taís Trevisol destacam o uso dos elementos e dos recursos cênicos. “A forma como usaram água e ar foi o que mais me impressionou”, reconhece Taís.
D’Aquila defende sua “balada” dizendo que não é apenas um encontro divertido. “Mudamos a forma como as pessoas veem e sentem o teatro. É contemplação e imaginação em um mesmo ritual”, conclui.
“Wayra”
Fuerza Bruta
Até 21 de junho
Ginásio Mauro Pinheiro (parte do Complexo do Ginásio do Ibirapuera)
Av. Abílio Soares, 1300, Paraíso
R$ 160 a R$ 190
Ingressos à venda pelo www.ticketsforfun.com.br