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Grupo Corpo completa 40 anos em 2015 e prepara espetáculo

A companhia se prepara para estrear novas coreografias e lançar um livro

25 mar 2015 - 16h27
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<p>Cena de 21, um dos destaques da carreira do Grupo Corpo, montado em 1992</p>
Cena de 21, um dos destaques da carreira do Grupo Corpo, montado em 1992
Foto: José Luiz Pederneiras / Divulgação

Considerado uma das mais importantes companhias de dança contemporânea do mundo, o Grupo Corpo completa 40 anos neste ano em ótima forma, com um livro, um canal de vídeos na internet e, claro, mais um grande espetáculo. 

A estreia do novo espetáculo está programada para agosto, mas quem quiser pode acompanhar o making of pelo recém-criado canal do grupo no YouTube. Toda semana o espaço apresenta um vídeo inédito. 

Um dos mais acessados é o do primeiro espetáculo da companhia, “Maria, Maria”, montado em 1976 com coreografia de Oscar Araiz e música de Milton Nascimento. “A ideia do canal é chegar mais perto das pessoas que nos acompanham”, explica o coreógrafo Rodrigo Pederneiras, um dos criadores do Grupo Corpo, em entrevista exclusiva ao Terra. “Além de mostrar o novo espetáculo, queremos criar um histórico.”

O espetáculo que vai marcar as comemorações de 40 anos do Grupo ainda não tem nome, mas a expectativa já é grande. “O nome é sempre a última coisa”, explica o coreógrafo. “Queremos um nome que não diga demais, mas que também tenha uma referência ao espetáculo.” 

 A apresentação terá duas coreografias. A primeira é do próprio Rodrigo Pederneiras, com música de Marco Antônio Guimarães, interpretada pelo Grupo Uakti e pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, com regência de Fábio Mechetti. A segunda é da jovem coreógrafa Cassi Abranches, com canção inédita de Samuel Rosa, do Skank. 

“A ideia foi juntar os mineiros”, explica Pederneiras. “Marco Antonio Guimarães já esteve quatro vezes junto com a gente. É um dos nossos parceiros. Somos fãs da Filarmônica de Minas Gerais. Também queríamos introduzir a nova geração do Grupo Corpo, a Cassi Abranches, por exemplo, que já está há algum tempo no grupo e assina uma das coreografias”, finaliza.

No novo espetáculo, tanto o passado quanto o futuro estão presentes em cada detalhe. Segundo o coreógrafo, a intenção foi pegar um pouco da trajetória do grupo e ir acrescentando coisas novas. “Gostaria que a companhia continuasse com esse frescor de buscar coisas que a gente não tenha feito ainda”, comenta. “Nunca fomos atrás de modismos. Muito pelo contrário. Acho que até por isso criamos essa grife. Gostaria de, no futuro, continuar tendo as pessoas unidas aceitando novos desafios.” 

Sobre o novo espetáculo, Rodrigo adianta que ainda não tem a coreografia definida. “Comecei a fazer alguns testes, uma coisa mais picotada, mas não sei se vou continuar com isso. As coisas vão se definindo mais tarde”, avisa.

Ao longo da sua longa história, o Grupo Corpo vem acumulando sucesso atrás de sucesso. Músicas de artistas como Milton Nascimento, Tom Zé, João Bosco, Arnaldo Antunes, Lenine e Caetano Veloso já embalaram as suas coreografias, assim como composições de compositores eruditos, como Chopin, Brahms e Villa-Lobos. 

Os números são tão grandiosos quanto os espetáculos. Ao todo, a companhia já apresentou 36 obras, em 236 cidades ao redor do mundo (42 países). Para Rodrigo Pederneiras, não existe um segredo para tanto sucesso, mas há alguns “condimentos”. 

No caso do Grupo Corpo, o primeiro “condimento”, segundo ele, é o trabalho e uma postura de não se contentar com o mais ou menos. “É preciso uma exigência brutal com a qualidade, a qualidade dos bailarinos, da luz, do cenário e do figurino”, enumera.

Rodrigo evita escolher um espetáculo preferido. “São vários os que tenho um carinho maior”, desconversa, citando “Missa do Orfanato” (1989), “21” (1992), “Onqotô” (2005), “Breu” (2007) e “Sem Mim” (2011). 

O Boticário na Dança é um dos patrocinadores da temporada popular das apresentações do espetáculo de 40 anos do Grupo Corpo, em Minas Gerais. A companhia também conta com o patrocínio da Petrobras.

Fonte: Cross Content
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