Diretor de novela se emociona em espetáculo de Nóbrega
Nilton Travesso e o público em geral se emocionam com o espetáculo "PAI", apresentado no Festival OBND, no Auditório Ibirapuera
“Não tinha como não me emocionar”, declara o diretor teatral e de novelas Nilton Travesso, que assistiu acompanhado da esposa, a bailarina Marilu Torres, o espetáculo “PAI”, que fez sua estreia mundial nesta sexta (8) na programação do Festival O Boticário na Dança.
Antes da sessão, Travesso contou que acompanha a carreira de Nóbrega há muito tempo. E chegou a dizer que o artista é um “exemplo” para nós brasileiros, porque além de conhecer nossas raízes, ele é um bem-sucedido divulgador.
Aplaudido várias vezes ao longo da performance, o público presente saudou a chegada deste novo filho do paizão Nóbrega. “Foi um parto prematuro”, brinca o artista, contabilizando que teve só três meses de ensaios. “Dois componentes colaboraram muito: a ideia-semente do tema e os bailarinos, que estão muito afinados com a proposta”, complementa o coreógrafo em entrevista exclusiva ao Terra, após o espetáculo.
Falando em bailarinos, Nóbrega foi acompanhado por um elenco de sete dançarinos que deram um verdadeiro show em cena, alternando diversos ritmos legitimamente brasileiros e mostrando o virtuosismo da capoeira e do frevo, por exemplo. Um ponto alto foi quando a iluminação desenhou um tabuleiro de xadrez no chão e a coreografia seguiu ao som de um “tecno” maracatu.
Público no palco e desafios
Perguntado se foi arriscado estrear um espetáculo em um evento da importância que o Festival OBND tem, Nóbrega não se intimida: “Foi arriscadíssimo!”. Como a sorte anda ao lado da competência, a companhia do artista brincante ressalta que pôde mostrar o lado lúdico da dança, o figurino que sofre influência da cultura ibérica e a trilha sonora impregnada de musicalidade dos afrodescendentes.
“Precisamos ter sempre uma zona de conforto e outra de desafio”, afirma Nóbrega, dizendo que este é um equilíbrio que norteia o trabalho artístico.
Diversas provocações foram feitas por ele em cena. O que ele chama de “pequenas cabeças de alfinetes” têm objetivo de promover uma reflexão. “Juntei essa prática atual de pensar muito sobre uma coisa, sobretudo sobre dança, mas não abandonei o seu caráter de festa”, resume o coreógrafo.
A festividade não ficou só no discurso. Ao final, treze convidados se juntaram ao elenco no palco para dançarem uma ciranda, que ao centro tinha uma cadeira vazia. Enquanto rodavam, as cortinas se fecharam encerrando o emocionante encontro do público com suas memórias e com nossas raízes culturais.
O backstage
Mas o trabalho para Nóbrega e seu grupo começou muitas horas antes de a magia tomar conta dos espectadores. Os bailarinos chegaram cedo ao Ibirapuera nesta sexta para alguns últimos passos de ensaio no palco antes da estréia mundial. Depois, nos camarins, mais exercícios e trechos da coreografia, sob a supervisão do mestre. A ansiedade da estreia e a concentração não tiraram a descontração do grupo.
Enquanto as roupas coloridas ainda estavam nas araras esperando, os bailarinos preparam a maquiagem. Tudo pronto, é hora de subir ao palco. E começar mais uma história de sucesso na aclamada trajetória de Nóbrega.
Próximos espetáculos
Com ingressos esgotados para São Paulo, mas ainda à venda para o Rio, a terceira edição do Festival O Boticário na Dança vai até domingo (10).
Neste sábado (9), a atração paulista será a Michael Clark Company com “animal / vegetable / mineral”. No Rio, será a vez do Cullberg Ballet apresentar seu jazzístico “11th Floor”.
No último dia, o Ibirapuera recebe a Raça Cia. de Dança e a Michael Clark Company para apresentações gratuitas para o público do parque, ao ar livre, às 18h.
Festival O Boticário na Dança
6 a 10 de maio, São Paulo
7 a 10 de maio, Rio de Janeiro
Programação completa e ingressos em boticario.com.br/danca