O sangue ancestral espanhol de Rosa Antuña ferveu a tal temperatura que ela entrou, digamos assim, em erupção. Em vez de lava quente, ela expeliu três coreografias que serão apresentadas em sequência na Trilogia do Feminino, de 22 a 24 de abril, em Brasília.
Na capital federal, serão exibidas as criações “Mulher Selvagem” (2010), “O Vestido” (2014) e a pré-estreia de “A Mulher que cuspiu a Maçã”, que terá em maio temporada na capital mineira.
“Como quase toda mulher, fui completamente tolhida e reprimida durante grande parte da minha vida”, justifica Rosa que propaga em cena a homens e mulheres a libertação ideológica de seus ideais femininos. “Quando o feminino saiu de dentro de mim, ele não saiu. Explodiu”.
Rosa, além de sua carreira como intérprete-criadora, atua como bailarina há 12 anos na Companhia Mário Nascimento, onde também é assistente de coreografia. Dona de um diversificado currículo artístico, ela trabalhou no Theater Chemnitz e Theater Erfurt, na Alemanha, e, no Brasil, no grupo Primeiro Ato, Mimulus Cia. de Dança e Balé da Cidade de São Paulo.
Cena de “Mulher Selvagem” que foi inspirado no best-seller "Mulheres que Correm com os Lobos", de Clarissa Pínkola Estes. O livro aborda o resgate da "mulher selvagem", uma figura feminina saudável, livre e criativa presente dentro de cada mulher
Foto: Jorge Etecheber / Divulgação
Desde 2010, a “Mulher Selvagem” já foi vista em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Natal, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Viçosa e Dourados
Foto: Rony Morbi / Divulgação
Rosa Antuña assina a direção e a criação de “Mulher Selvagem”, a primeira peça da Trilogia do Feminino
Foto: Rony Morbi / Divulgação
"O Vestido", segunda peça da trilogia, teve sua inspiração em uma criação do estilista mineiro Ronaldo Fraga. Na obra, o vestido é título, figurino, objeto cênico e metáfora
Foto: Marco Aurélio Prates / Divulgação
Estreado em 2014, “O Vestido” também mergulhou no universo de Lewis Carroll, Nietzshe e Freud, além dos filmes "Elizabeth" e "A Jovem Rainha Vitória"
Foto: Marco Aurélio Prates / Divulgação
Em "O Vestido", a “mulher selvagem” retorna para guiar a personagem a encontrar e usar o vestido, dando início a um profundo processo de descoberta, consciência, ação e libertação
Foto: Marco Aurélio Prates / Divulgação
Joinville, Belo Horizonte, São Paulo, Recife, Mossoró e Natal já viram “O Vestido” entrar na dança
Foto: Marco Aurélio Prates / Divulgação
Para ‘cuspir a maçã’, Rosa Antuña conta com de Roberta Carreri, que assina a direção da peça
Foto: Duda Las Casas / Divulgação
“A Mulher que cuspiu a Maçã” é um espetáculo híbrido de dança, teatro, performance e sonoridades vocais. Sua criação é especialmente após o retorno de Rosa Antuña da Dinamarca, onde fez residência artística com Odin Treatet
Foto: Duda Las Casas / Divulgação
Para Rosa, "A Mulher que cuspiu a Maçã” é um espetáculo que busca revelar a verdade de uma mulher de agora, livre de paradigmas e dona das suas próprias escolhas
Foto: Duda Las Casas / Divulgação
O livro “A Cama na Varanda”, de Regina Navarro Lins, provocou a criação do espetáculo “A Mulher que cuspiu a Maçã”. Para Rosa, essa mulher é alguém que age, que tem uma nova consciência, que trilhou um caminho em busca de si mesma e que descobriu toda a humanidade
Foto: Duda Las Casas / Divulgação
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A maturidade na carreira fez Rosa criar seu próprio núcleo artístico, onde desenvolve temas ligados a estética de dança dela. No caso da Trilogia, a valorização do feminino é o foco dos três trabalhos.
Questionada se ela está cuspindo metaforicamente a maçã que Eva mordeu no paraíso, Rosa abraça a causa e o sofrimento de bilhões de mulheres do nosso mundo. “Eu cuspo os dogmas das Igrejas e as crenças machistas que tentaram nos fazer engolir”.
Trilogia do Feminino
Teatro da Caixa, Brasília
22 de abril, às 20h – “Mulher Selvagem”
23 de abril, às 20h – “O Vestido”
24 de abril, às 20h – “A Mulher que Cuspiu a Maçã” (pré-estreia)